O laudo cadavérico do jovem Rafael José Calheiros dos Santos, 21, que morreu em novembro no Hospital Geral do Estado (HGE), supostamente, vítima de envenenamento, não aponta presença de chumbinho no corpo do rapaz. A informação foi confirmada pelo advogado de defesa da namorada do jovem, Gilson Tenório.
“Eu tive acesso ao inquérito hoje pela manhã e já consta o laudo cadavérico do Rafael. Lá é claro, não há presença de veneno no corpo do Rafael. Esta é a conclusão deste laudo. O inquérito, óbvio, será concluído pelo delegado Ronilson, mas a certeza de que não foi envenenamento já se dá pela simples conclusão de que o laudo cadavérico não apresenta presença de veneno no corpo dele”, disse Gilson Tenório à TV Pajuçara.
Tenório confirmou ainda que a análise realizada na coqueteleira, usada para preparar a vitamina consumida pela vítima, apontou a presença de Terbufos, um agrotóxico. “É a termologia que está lá (Terbufos), mas química não é a minha área. Se isto causa a morte de uma pessoa, deve ser analisado. Esta substância não foi encontrada no corpo do Rafael, mas sim no recipiente que ele utilizou para fazer a bebida. Agora o veneno, o famoso Chumbinho, não foi encontrado no corpo do Rafael, de acordo com o laudo cadavérico”.
O advogado explicou ainda que a namorada de Rafael José não estava no local no momento em que o jovem ingeriu a bebida. Por conta disto, Tenório descarta a possibilidade da suspeita ser a responsável pela morte.
“Juntei ao inquérito, provas como mídia de fotos e conversas entre ela e Rafael no dia em que ela se deslocou, ainda pela manhã, para o sítio com a família. Ela não esteve com Rafael. Esta bebida foi feita no final da tarde. A namorada não estava presente e a bebida foi preparada. Deduz-se que não tem como preparar a bebida antes para tomá-la no dia seguinte com a intenção de matar alguém”, informou Tenório.
Gilson Tenório também alega que a família Rafael Calheiros não tem provas de que a namorada do jovem cometeu algum crime e mesmo assim insistem em caluniá-la. “Este caso é uma questão de coerência. Vejo que não se deve misturar o sentimento de discórdia e o fato de não se dar bem com a pessoa para atribuir um crime a alguém. Para acusar alguém de algum crime tem que ter certeza e provas de que a pessoa o cometeu. Caso contrário, é crime de calúnia. Minha cliente está passando por isto, inclusive está sendo ameaçada e teve que mudar de residência”, finalizou o advogado.
Em nota, a Perícia Oficial do Estado confirmou que os laudos de necropsia e toxicologia já foram concluídos, no entanto, não serão divulgados, neste momento, para não atrapalhar as investigações da Polícia Civil.
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