O Ministério Público Estadual, por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor da Capital, realizou uma audiência conciliatória – nesta quarta-feira, 23 – com a empresa Hapvida e três pacientes que acusam o plano de saúde de descaso e erro médico.
Durante a audiência, que foi conduzida pelo promotor de justiça Max Martins, as pacientes Estefânia Melo de Oliveira, Surhama Jayara Guedes da Silva e Clarice Maria da Silva relataram todo o sofrimento dentro das unidades hospitalares, da rede Hapvida, após descobrirem que são portadoras de endometriose.
Ao promotor, as pacientes disseram ainda que os pleitos seriam a disponibilização de médico especialista em endometriose para realização de novas cirurgias e o custeio de todo tratamento médico.
Há mais de um ano, Estefânia Melo peregrina em hospitais em decorrência da doença. Após passar por cinco procedimentos cirúrgicos, a operadora de telemarketing descobriu que agora precisará de um implante neuromodulador sacral após ter o nervo da bexiga lesionado em uma das cirurgias. “A minha luta no Ministério Público é para conseguir o implante neuromodulador sacral que o plano de saúde nunca me deu esta opção. Na verdade, eles me disseram que eu tinha que me conformar com a nova vida de usar sonda. Já estou usando há seis meses por conta de um erro médico durante uma cirurgia no Hospital Maceió, do Hapvida, onde lesionaram o nervo da minha bexiga. Além disso, tenho quadro de infecção constantemente, vivo à base de morfina para dor e fazendo o uso de antibióticos diariamente”, contou Estefânia.
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As outras duas jovens, Clarice Maria e Surhama Jayara também vivem uma verdadeira via-crúcis para lidar com o descaso do plano de saúde. “Espero ter o tratamento digno porque são 7 anos que venho sofrendo. Conheci Estefânia e Clarice no hospital e as histórias se encaixam. A gente dorme com dor, acorda com dor, vive na dor e eles nos tratam como viciadas em medicações. Só quero que o meu tratamento seja custeado pelo plano e realizado por um especialista em endometriose. Aqui no estado não existe profissional capacitado em endometriose. Só existem curiosos e não quero que mais um curioso me abra”, disse Surhama que já passou por seis cirurgias.
Ao final da audiência, o plano de saúde se comprometeu a se manifestar sobre os três casos até a próxima sexta-feira, 25.