O médico Denis Cezar Barros Furtado, conhecido como Doutor Bumbum, ganhou liberdade na última quarta-feira (30), beneficiado por um habeas corpus concedido por desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
Em conversa com o jornal Extra, o acusado de envolvimento na morte da paciente Lilian Quezia Calixto de Lima afirma que a paciente mentiu durante consulta médica antes da aplicação da substância PMMA — um derivado de acrílico — em seus glúteos.
A bancária morreu um dia depois do procedimento, e Denis foi preso.
No entanto, ele alega que Lilian omitiu que usava anabolizantes e anticoncepcionais. “Ela usava anabolizantes e omitiu essa informação na consulta de pré-realização do atendimento. Também usava anticoncepcionais e não disse. Nunca se deve mentir para o médico”, afirma o médico.
Além disso, Denis argumentou ao Extra que a morte da paciente não tem relação com a aplicação. “Precisamos desmistificar a bioplastia. Dizem que o procedimento foi feito em local impróprio. Não é verdade. A bioplastia é uma injeção. É para ser feito em consultório. E um consultório pode ser montado em qualquer lugar. Não é um procedimento que se faz em ambiente hospitalar. Ela não morreu por causa do procedimento. O laudo feito pelo perito comprova que ela teve um infarto”, diz o médico.
Denis comentou também sobre a sua relação com o ex-governador Sérgio Cabral. “Recebi parabéns de todos os meus colegas, inclusive o Cabral, por ter conseguido minha soltura por unanimidade (na 7ª Câmara Criminal). Fui muito bem tratado, com muito respeito, por todos eles”, disse Doutor Bumbum.
O médico também disse que usava os seus conhecimentos em medicina para aconselhar colegas de cela. “Se estudei e tenho conhecimento para pegar ritmo cardíaco, pressão, saber se alguém está sentindo dor, tenho que ajudar. Não eram atendimentos, mas avaliações. Lá, não tem médicos dentro da unidade. O atendimento é precário. Por isso, aconselhava a procurarem a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento, para onde são levados os presos doentes). Ninguém queria ir para a UPA, mas dizia que podia ser importante. Se um preso tinha enjoo, queda de pressão abrupta, já era um sinal de que essa pessoa precisava de um hospital. Essa avaliação inicial pode ser a diferença entre a vida e a morte, e pude ajudar meus amigos dessa maneira”, contou