O Corinthians conseguiu uma vitória heroica para tirar toda a desconfiança com os altos e baixos na temporada. Diante do Racing, melhor time argentino do momento, o time comandado pelo técnico Fábio Carille venceu nos pênaltis por 5 a 4, em Avellaneda, a casa do rival. No tempo normal, o mesmo resultado do jogo de ida: empate por 1 a 1. Na decisão, Cássio defendeu duas penalidades e foi o herói da classificação para a segunda fase da Copa Sul-Americana.
A decisão foi um confronto entre Arias, que havia feito duas grandes defesas na partida, e Cássio, que completou 395 jogos e igualou a marca de Gylmar dos Santos Neves como segundo goleiro com mais partidas com a camisa do Corinthians. Agora, o nome da classificação no torneio sul-americano vai buscar o recordista de jogos que é Ronaldo, com 602 jogos. Cássio se firma como um dos maiores da história do clube.
O jogo seguiu o mesmo roteiro do jogo de Itaquera: os argentinos saíram na frente e o time paulista conseguiu o empate no segundo tempo. Como mostrou em São Paulo, o Racing é um time que sabe tratar a bola. Sempre começa com os zagueiros e vai passando pelos outros setores com rapidez. O time é dinâmico. Com esse mesmo ritmo acelerado, os atacantes começam a marcar a saída de bola do rival. Mas o entrosamento ficou comprometido: a equipe teve oito mudanças em relação à vitória no clássico contra o Independiente, no último sábado. O time lidera o Campeonato Argentino e só perdeu duas partidas em 20 disputadas.
Cássio brilhou nos pênaltis e garantiu o #Timão na próxima fase da @sulamericana! Confira as fotos das duas defesas do nosso #Gigante essa noite!
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— Corinthians (@Corinthians) 28 de fevereiro de 2019
O Corinthians começou com problemas para se defender. Bloqueava o meio, mas os corredores permaneciam abertos, principalmente o lado esquerdo da defesa, onde Avelar sofria com Solari e Pillud. As melhores chances foram do Racing. Apostando na ligação direta, visando principalmente Gustavo, o time brasileiro criou poucas oportunidades. Ficou pouco com a bola nos pés e sentiu falta de organização, com atuações apagadas de Pedrinho e Sornoza. Nos tiros de meta, jogada era sempre a mesma: Cássio para Gustavo, que tenta a “casquinha” de cabeça. E o Racing tinha facilidade para retomar a posse.
No final do primeiro tempo, após cruzamento de Neri Cardozo, o Racing abriu o placar. Cristaldo, ex-atacante do Palmeiras, ganhou a disputa aérea de Fagner e cabeceou no canto. Festa absoluta no estádio El Cilindro.
Mesmo nesse caldeirão, o Corinthians conseguiu sua melhor chance dois minutos depois. Com ótima cobrança de falta, Sornoza exigiu defesa difícil do goleiro Arias. O equatoriano chegou a pensar que a bola havia entrado.
No intervalo, Carille decidiu trocar Clayson, com atuação apagada, por Vagner Love. Sua função foi diferente dos jogos anteriores, quando saía da área para armar o time. Ele tinha a função de finalizar ao lado de Gustavo. A postura da equipe também mudou. Com linhas mais adiantadas, o time paulista conseguiu ficar mais a bola e forçou os argentinos ao erro. Após cobrança de escanteio, Vagner Love mostrou que tem estrela e conseguiu empatar. Foi um belo voleio. Foi o primeiro gol do atacante em seu retorno ao Corinthians.
Os argentinos sentiram o empate emocionalmente. Foram à frente de forma desorganizada e deram espaço. Em um contra-ataque quase perfeito, Gustavo deu passe para Vagner Love que, sozinho, finalizou para grande defesa de Arias.
O Corinthians melhorou na etapa final. Aguardar o rival e esperar o contragolpe foi a tática adotada por Carille. Ele trocou Pedrinho, com dores na coxa, por Richard, recuou Sornoza e deixou o “bote” armado. O Racing perdeu o ímpeto do início do jogo e passou a apostar nas jogadas aéreas. A falta de entrosamento também pesou. Aos 40 minutos, Fagner cruzou e Gustavo cabeceou bem. O zagueiro salvou quase em cima da linha. No final do jogo, o Racing voltou a apostar no jogo aéreo, mas a defesa do Corinthians resistiu.
Na decisão por pênaltis, Cássio mostrou por que é um dos maiores da história do clube, ao fazer duas defesas decisivas.