Mil camponesas participam do ato unitário do 8 de março em Maceió

Mobilizadas na capital desde quinta-feira (07), as Sem Terra somam-se nas ações unitárias com as trabalhadoras urbanas

 

Gustavo Marinho/MST

Com acampamento montado desde a manhã de quinta-feira (07), cerca de mil camponesas de todas as regiões de Alagoas ocupam Maceió com as bandeiras de luta das mulheres do campo durante a Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra. Após diversas ações no primeiro dia de atividade, as camponesas somam-se hoje (08) ao conjunto das mulheres trabalhadoras urbanas no ato que marca a passagem do dia internacional de luta das mulheres.

Com concentração às 9 horas na Praça Deodoro, no Centro da Cidade, o ato deve percorrer as ruas de Maceió dialogando com a sociedade na denúncia da violência contra as mulheres, contra a Reforma da Previdência, além da defesa da Reforma Agrária e da liberdade do ex-presidente Lula.

“Esse é um momento importantíssimo para a luta das mulheres Sem Terra”, afirmou Diana Aleixo, do Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST). “Nossas ações fortalecem nossa unidade, nossa identidade e convocam o conjunto das mulheres da classe trabalhadora à luta”.

Participam das ações na capital, as Sem Terra organizadas na Comissão Pastoral da Terra (CPT), no Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento Via do Trabalho (MVT), Movimento de Luta pela Terra (MLT), além das mulheres do MST.

Ainda segundo Diana, o 8 de março é um grande chamado de unidade das mulheres do campo e da cidade. “Construir a nossa unidade em luta e em resistência é fundamental para enfrentarmos o período histórico que vivemos. O 8 de março precisa dar essa demonstração da força das mulheres do campo e da cidade contra aqueles que querem retirar nossos direitos, nossas vidas e nossa liberdade”.

Solidariedade

Ainda como parte da agenda das camponesas na Jornada de Lutas, a solidariedade será um registro da passagem das Sem Terra por Maceió. Toneladas de alimentos produzidos nos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de Alagoas serão doados às comunidades no entorno da Lagoa Mundaú.

De acordo com Margarida da Silva, da Direção Nacional do MST, a doação de alimentos é um ato simbólico em solidariedade à comunidade que sofre com o descaso do poder público, bem como uma demonstração da importância e do papel da Reforma Agrária para a vida no campo e também na cidade.

“As Sem Terra trazem nas mãos a concretude da luta pela terra e de sua relação direta com aqueles e aquelas que vivem nas cidades”, ressaltou Margarida. “Nossa luta é também pela produção de alimentos saudáveis para chegar na mesa do povo na cidade e essa produção passa, essencialmente, pelo protagonismo e pela força das mulheres camponesas”.

A ação de solidariedade marca o bloco das Mulheres Sem Terra no ato do 8 de março na capital.

A Jornada

Com o lema “Pela Vida das Mulheres, Somos Todas Marielle”, as camponesas em unidade pautaram na Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra o combate à violência contra as mulheres e memoraram o legado da vereadora carioca Marielle Franco.

Na tarde de quinta-feira (07), as Sem Terra fizeram uma intervenção na porta da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, onde denunciaram os casos de feminicídio e exigiram uma ação do estado para segurança às mulheres no campo e na cidade, que combata a impunidade e investigue os crimes contra a vida.

Com cruzes, placas, poesia, música e muita força, as camponesas relembraram a história das mulheres que foram assassinadas e que seguem com seus casos impunes.

Já no período da manhã, a ação foi em defesa da Reforma Agrária, onde as camponesas foram à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em denúncia aos ataques do governo Bolsonaro à política de Reforma Agrária e aos movimentos de luta pela terra.

Também na manhã de ontem (07) foi lançada a “Carta das Mulheres Sem Terra à Sociedade”, onde as camponesas expressam suas pautas políticas de luta e sua posição diante do atual momento que vive a sociedade.

“Para nós, mulheres Sem Terra, pautar o fortalecimento da Reforma Agrária é pautar a defesa da nossa vida, dos nossos filhos e da nossa comunidade”, disse Daiana Oliveira, do Movimento Via do Trabalho. “Estamos nas ruas na defesa da vida digna e da produção de alimentos saudáveis”.

Fonte: Gustavo Marinho/MST

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