O ex-presidente Michel Temer foi denunciado nesta sexta-feira pela força-tarefa da Lava-Jato do Rio, um dia após virar réu no caso da mala com R$ 500 mil da J&F. Caberá ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, dizer se o emedebista vira ou não réu nas duas denúncias apresentadas.
Na primeira denúncia, Temer foi acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo suposto desvio de R$ 1 milhão de um contrato de prestação de serviços de mídia para o Aeroporto de Brasília. Na segunda, os crimes é de peculato e está relacionado ao favorecimento de uma empresa ligada ao ex-presidente nas obras da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde.
Temer foi preso no último dia 21 por determinação de Bretas, mas foi solto quatro dias depois após decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Ele foi alvo de investigação por suspeita de recebimento de propina da construtora Engevix, em troca de contratos na execução de obras da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde fluminense.
Temer soltoA empresa Argeplan, do coronel Lima, participou de um contrato de R$ 162 milhões com a Eletronuclear para atuar nas obras de Angra 3, em parceria com uma empresa chamada AF Consult, que teve sedes na Suíça e Finlândia. Na prática, a construtora Engevix tocaria a obra, como subcontratada. Segundo o MPF, a Argeplan não tinha nem expertise e nem pessoal para participar do contrato.
O empresário José Antunes Sobrinho teve sua delação premiada homologada pelo ministro Luís Roberto Barroso em outubro do ano passado. À PF, o empresário detalhou as negociações com o coronel João Baptista Lima, amigo de Temer e apontado como seu principal operador pelos investigadores, além das pressões sofridas para fazer pagamentos ao MDB.