A irmã do vereador, Marcela Barbosa, disse, em entrevista ao Alagoas24horas, que o protesto é uma forma de externar o desejo – não apenas da família, mas da sociedade – de que seja feita justiça. Para a família isso significa que o réu, Henrique Mateus da Silva Souza, receba pena máxima. “Queremos justiça porque infelizmente meu irmão não volta. A gente quer a pena máxima porque ele premeditou o crime. Ele deu 26 facadas no meu irmão e agora vem dizer que estava drogado… Ele premeditou o crime, como disse no primeiro depoimento. O problema é que a cada depoimento, ele muda a versão e provavelmente vai mudar hoje”, disse Marcela ao classificá-lo como covarde.
Amigos e apoiadores do vereador também compareceram à audiência para prestar solidariedade à família. Daniel Araújo, amigo de Silvânio, reitera que intenção é pressionar a Justiça para que o culpado seja punido com a máxima severidade. “Não queremos que sua morte seja esquecida, nem fique impune. Silvânio era uma pessoa prestativa, amiga, vereador de vergonha que fazia muitas coisas pelo nosso conjunto”.
A audiência está ocorrendo na 6ª Vara da Capital, presidida pelo juiz Rodolfo Osório Gatto Hermann. Onze testemunhas foram arroladas, entre elas dois assessores do edil, o filho, uma vizinha, o síndico e o porteiro do condomínio, além dos policiais que efetuaram a prisão de Henrique Mateus na cidade de Pombal, na Paraíba. Estes últimos e o réu no processo serão ouvidos através de carta precatória. Henrique Mateus encontra-se recluso no Presídio do Agreste, em Girau do Ponciano.
Segundo o advogado de defesa, Geoberto Luna, o réu disse que tinha a intenção de roubar o vereador e não matá-lo. “Ele não tinha a intenção de cometer o crime, apesar de tê-lo feito. Disse que reagiu a uma tentativa de sedução por parte do vereador. Afirmou ainda que estava sob efeito de drogas”, contou o advogado.
“Foi um crime bárbaro e não há justificativa nenhuma sequer para que o juiz não decida pela pena máxima. O que eu, os amigos e a família esperamos é que aqui na terra ele pague por tudo o que fez contra o Silvânio e contra todos nós. O que ele fez não se faz com ninguém”, disse Brivaldo Marques, filho do vereador. A pena por latrocínio varia de 20 a 30 anos de reclusão.
Questionado sobre a motivação alegada pelo réu, o filho do vereador diz acreditar que o crime tenha sido motivado por interesse financeiro. “Eu acredito que ele tenha feito o que fez por interesse material, econômico… Ele não teria outro motivo. E isto é que torna o crime ainda mais cruel”, finalizou.