Morreu na manhã deste sábado (13) o menino Hilton Guilherme Sodré Souza, de 12 anos, resgatado com vida dos escombros dos prédios que desabaram na Muzema, Zona Oeste do Rio. Ele havia sido socorrido por volta das 23h de sexta-feira, mas não resistiu e morreu no hospital.
Com a morte de Hilton, já são sete o número de mortos na tragédia, ocorrida no começo da manhã de sexta-feira. Outras nove pessoas foram resgatadas com ferimentos e pelo menos 13 ainda continuam desaparecidas.
Os pais e a irmã do garoto também foram vítimas do desabamento. A caçula, Isabele escapou ilesa porque foi retirada pelo pai momentos antes do prédio ruir. Já a mãe Maria Nazaré e Hiltonberto Rodrigues Souza segue desaparecido.
A busca pelos desaparecidos entrou no segundo dia nesta manhã. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil trabalham no local, que foi isolado devido ao risco de desabamentos de construções vizinhas às que desabaram.
Reconhecimento de corpos
Parentes de vítimas da tragédia da Muzema, na Zona Oeste do Rio, chegaram cedo neste sábado ao Instituto Médico-Legal, no Centro do Rio. Gutembergue Nogueira e a mulher Cleina Rodrigues, saíram da Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste para liberar o corpo de Cláudio Rodrigues, que morreu na sexta-feira (12) no Hospital da Unimed. Resgatado ainda com vida, Cláudio sofreu quatro paradas cardíacas e não resistiu.
“Agora estamos no drama, com a minha cunhada Adilma, que está em estado muito grave no hospital. Ela está com a pressão sendo mantida por remédios e com o peito aberto com sacos de gelo para tentar conter a hemorragia. Ela está muito fraca e os médicos nem sabem se vão conseguir fazer a segunda cirurgia vascular que ela precisa”, disse o cunhado Gutembergue.
Magno Rodrigues de Souza. A prima Marinês e uma tia vieram checar se os três corpos sem identificação retirados dos escombros são de parentes. O sobrinho de Magno, o menino Hilton Guilherme Sodré, de 13 anos, morreu na manhã deste sábado, no Hospital.
“Meu sobrinho não resistiu e morreu agora de manhã. Mais viemos aqui pra ver se os corpos que estão aqui são dos pais dele, Hiltonberto Rodrigues de Souza e a mulher dele Maria Nazaré”, disse Magno, que também mora na Muzema, mas em outro condomínio.
Construções irregulares
Os imóveis que desabaram na Muzema tinham cinco andares. A Prefeitura do Rio informou que as construções são irregulares e chegaram a ser interditadas duas vezes – em novembro de 2018 e em fevereiro deste ano.
O desabamento aconteceu por volta das 7h desta sexta. Não chovia no momento, mas a região sofreu com os temporais desta semana. As avenidas de acesso ainda estão alagadas.
A área onde ocorreu o acidente foi isolada, e os bombeiros disseram que outros prédios da região podem ir abaixo. No início da manhã, havia um forte cheiro de gás nas imediações.
Segundo o repórter Genilson Araújo, há cerca de 60 prédios em construção na região, que é dominada por milícias.