Após controlar o fogo que destruiu parte da Catedral de Notre-Dame, em Paris, equipes de bombeiros e especialistas analisam nesta terça-feira (16) o impacto das chamas que destruíram o telhado e derrubaram “flecha”, a torre mais alta da catedral. O incêndio levou nove horas para ser extinto.
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“O perigo do fogo está descartado, mas se desconhece como resistirá a estrutura. Especialistas vão se reunir para investigar o caso”, afirma o secretário do Ministério do Interior, Laurent Nuñez. Nuñez explicou ainda que o objetivo agora é saber se a estrutura oferece suficiente estabilidade.
Ainda havia pequenos focos de incêndio no início desta manhã, mas bombeiros garantiram que não havia mais perigo de as chamas voltarem a crescer, segundo Gabriel Plus, porta-voz dos bombeiros de Paris.
O incêndio causou grandes danos à catedral: todo o telhado e toda a armação foram destruídos, parte da abóbada e a “flecha” (torre mais alta) caíram.
O presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu “reconstruir” a catedral. “Nós vamos reconstruir essa catedral, todos juntos. Uma campanha nacional vai ser lançada, e para além das nossas fronteiras. Nós faremos um chamado aos maiores talentos, que serão muitos e virão para reconstruir nossa Notre-Dame.”
Uma investigação para apurar as causas do incêndio foi aberta. Os bombeiros afirmam que ele pode estar ligado às obras de renovação. Valérie Pécresse, presidente da região de Île de France, disse que o o incêndio foi um acidente. “Não foi intencional”, declarou.
Fogo
O incêndio começou por volta das 18h50 locais (13h50 de Brasília) na parte superior da catedral e se propagou rapidamente pelo o telhado.
O fogo queimou o teto de madeira de mais de cem metros de comprimento, conhecido como “a floresta”, pelo grande número de vigas utilizadas para instalá-lo. Cerca de 400 bombeiros foram mobilizados para conter as chamas.
A prefeitura de Paris colocou em andamento uma operação para salvar todas as obras de arte. A coroa de espinhos e a túnica de São Luís, duas das relíquias mais importantes, estão resguardadas, segundo o monsenhor Patrick Chauvet, reitor da catedral.
A catedral, que recebe quase 13 milhões de visitantes por ano, está situada na pequena ilha chamada Île de la Cité. A igreja fica rodeada pelas águas do rio Sena. Não é a igreja mais antiga, nem a maior ou a mais alta do mundo, mas certamente é uma das mais famosas. Ela tem uma série de relíquias.
Restaurar o edifício levará “anos de obras”, avaliou o novo presidente da Conferência Episcopal francesa, Eric de Moulins-Beaufort.
À noite, o magnata francês François-Henri Pinault, cuja família é proprietária de um conglomerado de marcas de luxo, anunciou que vai doar 100 milhões de euros para a restauração da catedral. “Meu pai [François Pinault] e eu decidimos desbloquear (…) uma quantia de 100 milhões de euros para participar da reconstrução completa de Notre Dame”, declarou François-Henri Pinault.