O Ministério Público Estadual (MPE/AL) espera conseguir a condenação máxima do ex-funcionário da Câmara Municipal de Maceió, Benício Vieira de Lima, acusado de abusar sexualmente de várias adolescentes durante 15 anos. Em entrevista coletiva concedida à imprensa, na tarde desta segunda-feira, 22, os promotores Lucas Carneiro e Dalva Tenório destacaram que três denúncias foram ofertadas até o momento e uma quarta está em andamento para garantir que o acusado seja condenado a mais de 100 anos de prisão, pelos crimes de estupro qualificado, sequestro qualificado e roubo majorado.
O promotor Lucas Carneiro esclarece que os casos estão sendo tratados de forma individualizada a fim de conseguir condenação justa em cada processo. O promotor fez um breve resumo dos fatos que antecederam à prisão de Benício, destacando o pedido de quebra do sigilo telefônico do acusado, por parte do MPE, que resultou na sua prisão. Para os promotores, este é – sem dúvida – um crime sem precedentes em Alagoas. E o número de vítimas pode chegar a 30.
“Não temos como precisar ainda o número correto de vítimas. Mas a julgar pelo tempo em que ele vinha atuando, esse número chega próximo de 30”, disse Carneiro.
A promotora Dalva Tenório fez um apelo para que outras de vítimas procurem o Ministério Público para denunciar. “Ele agiu durante 15 anos. Temos dados de que ele fazia as vezes, duas vítimas por dia. Precisamos que elas venham e façam a denúncia. Não tenham medo, não fiquem receosas. Serão amparadas por esta rede de apoio. Estaremos aqui e as ouviremos. Também peço que as famílias também deem apoio, porque não é fácil. Na maioria das vezes as feridas são mais emocionais do que físicas. São queloides da alma e essas pessoas precisam de apoio”, disse.
A promotora ressaltou o trabalho realizado pela Santa Mônica no apoio às vítimas desse tipo de crime e enfatizou que foi através deste atendimento que puderam descobrir um dos maiores crimes hediondos registrados no Estado: os estupros em série.
A promotora lembrou que o acusado utilizada o cargo e a estrutura de que dispunha para perpetrar seus crimes.
Lucas Carneiro também informou que está em contato com a Polícia Civil e que, em nova fase da investigação, querem saber se há o envolvimento de outras pessoas nos crimes. Depois que obrigava as adolescentes, de aproximadamente 14 anos, a entrarem no carro, ele levava até a residência, no bairro da Gruta de Lourdes, onde ocorriam os estupros e sempre dizia que haviam quatro pessoas na casa. Esta também era uma forma de obriga-las a ficarem caladas.