Em uma derrota para Sérgio Moro, a comissão mista que analisa a reforma administrativa (MP 870) do governo Bolsonaro aprovou nesta quinta-feira (9) retirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça.
O órgão então retornará para a pasta da Economia, de Paulo Guedes. A determinação, no entanto, ainda precisa ser apreciada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
Depois de três dias de sessão entre os parlamentares para debater a MP, a votação sobre o Coaf terminou com 14 votos a favor da mudança e 11 contra.
o senador Fernando Bezerra Coelho informou na manhã desta segunda-feira (6) ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que irá manter em seu relatório o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) dentro da estrutura da pasta.
A decisão foi tomada apesar de “pressões” para que o órgão retorne ao Ministério da Economia. Bezerra Coelho, que é também o líder do governo no Senado, se reuniu com Moro logo pela manhã em Brasília, em
A decisão é um revés para Moro, que passou os últimos dias em reuniões com parlamentares para manter o controle do órgão que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro.
“Deixar o Coaf sob o comando do ministro Sérgio Moro, é estabelecer uma ‘Gestapo’ (polícia secreta na Alemanha nazista) brasileira”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-CE). Já o Centrão disse que teme que o “superministério” de Moro vire um campo para “caçar políticos”.
Relator
Na terça-feira (07), o relator da MP, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) manteve em seu parecer final o Coaf no Ministério da Justiça. Apesar disso, a decisão do parlamentar foi derrotada na sessão desta manhã.
“Se o Estado quer enfrentar facções e milícias, precisa ter uma estrutura forte. E essa estrutura forte tem que ficar sob a égide do Ministério da Justiça, que tem a competência, a expertise. O ministro [Sergio Moro] já está incrementando o Coaf. Tinha 35 servidores, foi para 50, vai para 80”, disse o senador Major Olímpio (PSL) para defender a manutenção do Coaf com Moro.