Quando ela foi apreendida durante uma abordagem policial parecia arma saída de um filme de guerra trash. Isso porque o modelo de espingarda foi arquitetado e construído de forma artesanal com seis canos de calibre 12, algo incomum na indústria bélica.
O projeto de arma era tão inusitado que coube ao Instituto de Criminalística (IC) da Perícia Oficial de Alagoas examiná-lo para atestar sua eficiência e capacidade bélica. O pedido foi realizado pela delegacia do 8º distrito policial, responsável pelo inquérito que apura o caso.
A perícia para atestar a eficiência dos canos que compõem a arma foi realizada no Laboratório de Balística Forense pelos peritos criminais Paulo Rogério e Suely Maurício. Eles explicaram que a arma em seu funcionamento se assemelha a um revolver, no entanto o giro do imenso tambor é feito de forma manual, sendo necessário o atirador alinhar o cano com o sistema de percussão da espingarda.
“Realizamos vários testes no laboratório e conseguimos constatar que a arma apreendida é eficiente, e pode sim matar. Ela efetua disparos de forma unitária, e sua engenharia não permite disparar os seis canos de uma única vez, apenas um tiro por acionamento, já que se precisa alinhar o cano com o percursor”, explicou Paulo Rogério.
O laudo que comprova que o sistema está em perfeita ordem ainda diz que a arma artesanal foi construída com peças encontradas possivelmente em ferro velho, e arquitetada sem nenhum critério de segurança. Uma arma tão perigosa para a vítima como para o próprio atirador, ao ponto que durante os exames foram utilizados munições sem a carga propelente que é a pólvora completa, para garantir a segurança do setor.