Ao todo, foram encontrados R$ 56 mil na mala do doleiro. Messer foi detido às 16h40 nos Jardins, bairro nobre da capital paulista. Segundo a Polícia Federal, ele estava no apartamento de uma amiga. De lá, foi levado para o Aeroporto de Congonhas, de onde embarcou para o Rio.
Ele dormiu na Superintendência da PF, na Zona Portuária da cidade. Por volta das 11h, foi transferido. Messer ficará preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, mas deve passar por triagem na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica antes.
O doleiro estava foragido desde maio de 2018, quando foi deflagrada a Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
A investigação descobriu que doleiros movimentaram US$ 1,6 bi em 52 países. Dario Messer era o principal alvo.
Essa é a primeira vez que Dario Messer é preso. O doleiro responde a inquéritos policiais desde o fim dos anos de 1980. Durante esse período, Messer movimentou dinheiro de forma suspeita de políticos, empresários e criminosos.
De acordo com o Ministério Público Federal, Dario Messer, juntamente com os colaboradores Tony e Juca Bala, desenvolveu uma complexa rede de câmbio paralelo baseada inicialmente no Brasil e, posteriormente, no Uruguai.
Essa complexa rede de doleiros foi utilizada pelo ex-governador Sérgio Cabral, através dos irmãos doleiros Renato e Marcelo Chebar, para enviar recursos ao exterior.
Foragido na casa de amiga
A inteligência da PF descobriu que o doleiro estava em São Paulo no apartamento de uma amiga, Mary Oliveira Athayde. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, Messer vivia entre São Paulo e a tríplice fronteira no Paraguai.
“A Operação Câmbio Desligo atingiu o braço financeiro das organizações criminosas que dilapidam permanentemente o erário. A prisão de Dario Messer é mais um passo para alcançar a sua desestabilização, retirando do convívio público o cérebro dos doleiro”, disse o delegado Alexandre Bessa, que fez a prisão.
Na mira da PF há 30 anos
Dario Messer está no radar da Polícia Federal há cerca de 30 anos, com citações em inquéritos policiais desde o fim dos anos 1980.
Já naquela época, o doleiro aparecia como operador de personalidades como o então patrono da Escola de Samba Salgueiro, Waldomiro Paes Garcia, o Miro.
Há 15 anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado também esbarrou em Messer. Na ocasião, foi descoberta uma movimentação de forma irregular de R$ 8 bilhões, entre 1996 e 2002 ligada ao doleiro. Na ocasião, foi pedido o indiciamento do doleiro que sequer foi preso.
já no escândalo do Mensalão, a PF apontou o doleiro como o responsável por enviar US$ 1 bilhão de forma irregular para o exterior e depositar o valor equivalente em reais em contas para integrantes do PT no Banco Rural.
Dario Messer também apareceu no caso Swissleaks como proprietário de uma offshore no Panamá.