Polícia pede afastamento de militar que atirou em padeiro no bairro de Cruz das Almas

Jorge Farias/Alagoas24horas

A delegada Tacyane Ribeiro, que preside o inquérito que apura a morte do padeiro Marcos Firmino dos Santos, 34 anos, disse nesta sexta-feira, 27, que ingressou com uma medida cautelar junto à Justiça pedindo o afastamento do cabo da Polícia Militar, de suas funções. Ele é o responsável pelo disparo que resultou na morte de Firmino, no dia 22, na Avenida Gustavo Paiva, em Cruz  das Almas.

Hoje pela manhã a delegada ouviu dois depoimentos que considera fundamentais no processo. A vítima do assalto registrado no dia da morte do padeiro e uma testemunha que emprestou a motocicleta ao militar para que perseguisse os assaltantes. Em ambos os depoimentos, ficou claro que os assaltantes estavam desarmados.

O Assalto

A vítima do assalto disse em depoimento que estava no ponto de ônibus quando dois homens chegaram em uma motocicleta. Inicialmente eles simularam estar armados e exigiram sua bolsa. O alvo dos criminosos era o aparelho de telefone celular, mas conseguiram levar a bolsa com todos os pertences. A vítima conta ainda que nesse momento ouviu os disparos.

A testemunha do caso, do sexo masculino e que também não será identificada, conta que presenciou tudo. Inclusive, que o militar em questão pediu sua moto emprestada para perseguir os assaltantes, depois de ter disparado cinco tiros, em via pública.

Sem conseguiu capturar os criminosos, o policial retorna à loja de departamentos, onde descobre que há uma pessoa morta no meio da avenida. “Há duas versões para este momento. Na primeira, o policial entra no estabelecimento e fica lá aguardando os desdobramentos e, na segunda, ele teria passado alguns minutos e depois deixado o local”, disse a delegada.

Conclusão

Para a delegada, apesar de constatar que os assaltantes não estavam armados, isso não modifica o cenário. “Estando armados ou não, isso não muda muita coisa. Inclusive, a vítima também poderia ter sido atingida pelos disparos. O militar será indiciado por homicídio por dolo eventual. Volto a dizer, a atitude do policial foi irresponsável e em nenhum momento ele se identificou como policial”, ressalta.

Ribeiro aguarda a entrega dos laudos da perícia do Instituto de Criminalística para concluir a investigação. 

 

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