A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) informou nesta quarta-feira (16) que irá pedir o afastamento da equipe da Delegacia de Homicídios que investiga a morte do menino Danilo Almeida, de 7 anos, morto no último sábado (12), em Maceió. A decisão foi motivada pela denúncia de tortura contra a equipe do delegado Bruno Emílio feita pela mãe e pelo padrasto do garoto.
Em entrevista à TV Pajuçara o defensor público Marcelo Barbosa Arantes falou que Dicéneia Almeida e o marido José Roberto procuraram hoje o órgão e relataram os atos que teriam sido cometidos pelos agentes, como agressão verbal, física e ameaças.
“Agora são duas coisas a serem investigadas, a morte do Danilo – e todos nós sabemos da importância deste crime ser esclarecido sem que haja dúvidas sobre quem conduz a investigação – e agora com este fato novo, que surgiu com a denúncia do casal, deve-se apurar também está conduta que teria sido tomada pelos agentes no âmbito da delegacia de homicídios”, disse o representante.
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O pedido, que será encaminhado ao Delegado Geral de Polícia Civil, irá versar sobre a substituição da equipe que acompanha o caso. “A família e a sociedade em geral precisa que este crime seja investigado sem qualquer mácula. E agora com estas denúncias, de que houve um suposto abuso de autoridade por parte de quem está investigando, a defensoria entende que é o caso de se afastar cautelarmente, para os trabalhos não serem interrompidos e, paralelamente, que se investigue estas denúncias graves.
O defensor explicou ainda que não há prazo para que a Delegacia Geral de Polícia Civil atenda o pedido de afastamento dos atuais encarregados de investigação do caso e sua possível substituição
As acusações
O casal contou que foi levado na noite desta terça-feira (15) para prestar novos depoimentos na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), lá, eles foram colocados em salas distintas, e o padrasto foi acusado de ter cometido o crime e induzido a confessar. A mulher relatou que em alguns momentos foi dito a ela que o marido havia assumido a autoria do crime e pedido que ela “falasse a verdade”.
A mulher relatou também que foi ameaçada e que os agentes diziam que iriam dar choques nela, que iriam atear fogo à sua residência e que ela seria presa. Ainda na denúncia a mulher disse que foi chamada de psicopata e que teria levado um tapa nas costas.