Os músicos estão em cima do palco. O baterista faz a contagem do andamento da música batendo as baquetas – aquele som de madeira seca ecoa por todo o ambiente – 1, 2, 3, 4…! Eis que a canção começa com seu arranjo bem ensaiado e milimetricamente pensado para dar ao público a mais pura emoção, a sensação de ser envolvido e desligar-se de qualquer fator externo; que a pesquisadora peirciana Lúcia Santaella chama de primeiridade, a qualidade de sentir, o modo mais imediato.
A apreensão que vem dessa contagem dos compassos deu a Kemesson Lemos, professor de técnica vocal, produtor musical e semioticista, a ideia para o nome de um projeto que incentiva a iniciação musical de jovens artistas alagoanos: o Projeto 3,4. “É um projeto que fiz como extensão do trabalho feito em sala de aula”, comenta ele sobre o projeto, “então, nós começamos a fazer uma produção em estúdio com os alunos que tinham um melhor desenvolvimento. Depois, comecei a estender para outras vertentes como gravação de vídeos e versão ao vivo”.
No ano passado, aconteceu a primeira edição ao vivo do Projeto 3,4, tendo como palco o Teatro Deodoro, com casa cheia. “A ideia foi trabalhar com compositores alagoanos como Chico Elpídio, May Honorato, Rodrigo Avelino, e os arranjos também somos nós que fazemos. Isso até chegar a uma versão autoral do projeto”, explica Kemesson. Nesta segunda edição do Projeto 3,4, além das canções autorais, os alunos do professor Kemesson Lemos irão fazer uma homenagem a João Gilberto, um dos inventores da bossa nova, que partiu este ano, e Jackson do Pandeiro, já que estamos comemorando o centenário do rei do ritmo.
Com direção geral e musical de Kemesson Lemos Cardoso, que também toca piano, a banda é composta por Sandro Gomes (guitarra), Juninho Holanda (baixo), Maglione Santos da Silva (bateria) e Deves Marnes (percussão). Os músicos Thiago Carvalho (acordeon), Jamerson Moura (violão) e Victor Dantas da Silva (piano digital) fazem participações especiais.
Na voz, participam Maria Ladyjany Hercílio da Silva, Rafaela Farias dos Nascimento, Myllena Patriota de Lima Souza, Alan Ribeiro Araújo, Ana Carolina Gomes Coelho Leão, Lucas Felipe Terencio Costa, Lais Guimarães, Andréa da Silveira Monte, Jessyca Kiany Guedes do Nascimento, Cicera Lourenço Pontes Fon de Jesus, Lara Giovana Cacheiros Ferreira da Silva, Lila Cajueiro, Maria do Socorro Chaves Francelino, Safira Santos Pacheco Estrela, Karoline Barros Feitosa e Luana Oliveira. Na Toca do Mago – projeto de Bateria, estão Carol Vilela, Anderson Rodrigo de Melo e Luiz Monteiro.
O Projeto 3,4 faz parte da programação do Teatro Deodoro é o Maior Barato, iniciativa da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal), para a democratização da cultura, formação de plateia e incentivo aos artistas locais, cedendo pauta por meio de edital para que todos tenham acesso ao palco centenário com apoio técnico e logístico. Como forma de dar acesso ao mais variado público, os ingressos do Maior Barato estão sempre a um valor acessível de R$10 (meia-entrada) e R$20 (inteira), na bilheteria.
Kemesson fala sobre como os alunos se sentem ao cantar no Deodoro e participar de um projeto de viabilização musical: “É de uma dimensão imensurável. A ideia é que eu aproveite meu trabalho como produtor musical para proporcionar o acesso desses novos artistas ao cenário cultural alagoano. Eles se sentem mais valorizados, inseridos no mercado musical, é um ponta pé”. O músico e professor comenta que todos estão muito animados por integrar o projeto da Diteal, “participar do Maior Barato foi a coroa do projeto. Uma honra, significa que nosso trabalho está sendo reconhecido”.
Serviço:
Teatro Deodoro é o Maior Barato – Projeto 3,4
Quando – Quarta-feira (23/10), às 19h30
Local – Teatro Deodoro, Centro de Maceió
Ingresso – R$10 (meia-entrada) e R$20 (inteira), na bilheteria, de terça a domingo, das 14h às 18h. No dia do show, as vendas vão até começar a apresentação, 19h30.
*Estagiário com supervisão de Hannah Copertino
