Muitas são as lutas sociais que vemos sendo travadas nos dias de hoje. Política e economia estão sempre na ordem do dia das mídia e chamam a nossa atenção. Ainda assim, a questão digital também levanta questionamento sobre a liberdade e a privacidade no século XXI. Saiba mais sobre essas duas lutas da atualidade.
As narrativas dos mídia nos levam muitas vezes a pensar nas lutas políticas e econômicas do século ou nos transportam para outros aspectos, como o meio ambiente, pondo em causa a segurança do planeta e do homem.
Apesar dessas narrativas serem importantes, a forma como acedemos a elas pode, em si, representar um problema social grave, ao qual nem sempre prestamos atenção.
O celular tornou-se uma parte muito importante das nossas vidas e dos nossos dias. Quase todos temos, quase a tempo inteiro, um celular nas mãos. Aqui, aproveitamos as dinâmicas da modernidade para saber mais sobre o mundo, através dos sites de mídia mas também dos mídia sociais, como o Facebook ou o Instagram.
De fato, nunca antes havíamos tido tanta informação e isso tem, por um lado, um aspecto positivo e, por outro, um lado potencialmente negativo, que se liga diretamente à qualidade das notícias que consumimos e ao aparecimento de novas plataformas de fake news.
Além disso, a frequência dessas redes cria uma necessidade de aceitação e integração maior no ser humano, o que faz com que exista uma tendência para a normatização dos comportamentos e para a exposição do cotidiano individual.
As questões da liberdade e da privacidade surgem, então, como narrativas de importante questionamento no século atual.
Haverá real liberdade e privacidade no século XXI?
As questões sobre a liberdade e a privacidade são muito complexas e não existe uma resposta simples para essa questão. Algumas notícias internacionais, como a proposta para a implementação do crédito social chinês criam espanto e preocupação pela ideia da monitorização permanente, que minaria a privacidade humana. Ainda assim, nas televisões, prolifera a realidade do reality TV , onde shows como o Big Brother Brasil fazem sucesso, mostrando, de forma igualmente preocupante, os dias integrais de outros seres humanos, que estão sendo filmados.
O entretenimento e a política parecem apontar para um espaço de privação da liberdade humana e do seu direito à privacidade. Ainda assim, estes não são os únicos espaços que levam a esse questionamento.
A cedência voluntária do direito à privacidade
Um dos aspetos mais preocupantes da perda de privacidade acontece, hoje, de forma quase globalizada e voluntária. A mídia social, através das mais famosas plataformas, incentiva as pessoas a compartilharem pormenores sobre as suas vidas, incluindo a sua ação, as suas opiniões e as suas localizações.
Além de permitirem a monitorização constante dos passos de cada indivíduo, essas redes criam uma sensação de integração, deixando quem não o faz com uma sensação de exclusão.
Assim, as próprias pessoas acabam por limitar a sua própria liberdade, de forma voluntária, para garantirem que a aceitação na sociedade onde se integram.