Após ser vítima de mais de um assalto – o último na terça-feira (10) da semana passada – uma moradora do Distrito Federal estendeu uma faixa na frente de casa para fazer um apelo aos ladrões. Esta foi a quarta vez em que a residência foi roubada, em um ano.
“Senhores ladrões: esta casa já foi arrombada e roubada quatro vezes em um ano. Já me levaram tudo, não entre, pois não há mais nada de valor a ser levado”, escreveu.
O apelo aos criminosos foi fixado nas grandes do portão, na chácara 48, no Sol Nascente.
‘Levaram tudo’
Ao G1, a moradora Alessandra Amorim, de 44 anos, disse que os assaltos começaram em 2018. Segundo ela, os crimes sempre ocorreram pela manhã.
“Eles levaram tudo, inclusive meu álbum de formatura.”
A auxiliar de berçário contou que antes de colocar a faixa com o aviso, ela reforçou a segurança da casa com grades, cadeados e correntes.
“Nós não temos segurança aqui no Sol Nascente. É muito complicado”, desabafou a moradora.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar e com a Secretaria de Segurança Pública do DF, mas até a última atualização deste reportagem os órgãos não haviam enviado resposta.
Sol Nascente
Em agosto, o governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou a lei que criou a região administrativa do Pôr do Sol/Sol Nascente. Com a medida, a área se tornou oficialmente a 32ª Região Administrativa do Distrito Federal.
Juntos, os setores habitacionais abrigavam mais de 83 mil pessoas em 2015, segundo estimativas da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). A projeção da companhia para 2020 é que mais de 90 mil pessoas residam na nova região administrativa.
De acordo com a Codeplan, a taxa de crescimento populacional entre 2015 e 2020 ficou em 1,32% ao ano.
O Sol Nascente fazia parte de Ceilândia e chegou a ser apontada como a maior favela do Distrito Federal e a segunda maior do país pelo censo 2010 do IBGE.
Roubo a residência
Apesar do Sol Nascente ser considerada, desde agosto, uma região administrativa do DF, a SSP não havia divulgado dados sobre a região no levantamento estatístico de segurança.
Até esta quarta (18), os dados de assaltos e homicídios, por exemplo, estavam somados aos de Ceilândia – antes responsável pela gestão da área.
De janeiro a outubro, Ceilândia acumulava 73 registros de roubo a residências. Agosto foi o m~es com o maior número de ocorrências, quando houve 13 crimes do tipo.