Cinco pessoas da mesma família foram presas e são investigadas por suspeita de envolvimento na morte de uma criança de 3 anos de idade na Zona Sul de São Paulo. Mãe, tio, tia, avô e avó de de Victor Adriano Pereira da Cruz foram indiciados inicialmente pelos crimes de maus-tratos, lesão corporal e tortura do menino. Ele morreu depois.
As informações foram apuradas nesta sexta-feira (3) pela reportagem. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou parte delas por meio de nota.
No dia 29 de dezembro de 2018, o menino foi levado por familiares ao Hospital de Paralheiros, segundo a investigação policial. Ele chegou machucado e morreu um dia depois, em 30 de dezembro.
A suspeita dos médicos foi de que a morte teria ocorrido em decorrência de maus-tratos que a vítima sofreu. Antes de morrer, Victor apresentava sinais de agressão, maus-tratos, somado o estado debilitado por uma desnutrição e foi entubado. A equipe médica então acionou a polícia, que prendeu três parentes em flagrante e pediu à Justiça a prisão preventiva de mais dois familiares.
O grau de parentesco dos presos com a criança e seus nomes não foram divulgados pela SSP. Mas a TV Globo obteve informações com policiais, no entanto, de os presos são a mãe, os tios e avós do menino. Um tio é militar do Exército e foi transferido para um batalhão (leia abaixo trechos da nota do Comando Militar sobre a prisão).
SSP
De acordo com nota divulgada pela comunicação da Segurança Pública, a Polícia Civil aguarda o resultado do laudo necroscópico no garoto para concluir o inquérito.
“A Polícia Civil informa que cinco pessoas, familiares da vítima, estão presas. Três deles foram presos em flagrante, e os outros dois em decorrência de um pedido de prisão preventiva. Ambos foram indiciados por maus-tratos, lesão corporal e tortura. Não há registros anteriores relacionados a maus-tratos contra a vítima. A autoridade policial aguarda o resultado do laudo necroscópico para concluir o caso”, informa a pasta da Segurança.
Exército
Por meio de nota, o Exército comentou a prisão de um de seus integrantes, que é tio do menino morto. O homem é soldado e serve na Base de Administração e Apoio do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo.
“O militar ficará preso no 2º Batalhão de Polícia do Exército, em Osasco (SP), à disposição da Justiça. O CMSE ressalta que repudia qualquer ato que atente contra a dignidade humana”, informa nota do Comando Militar do Sudeste do Exército brasileiro.
Investigação
O caso foi registrado no 101º Distrito Policial (DP), Jardim das Imbuías, mas será investigado pelo 25º DP, Paralheiros. Victor nasceu em 27 de março de 2016 e morava com a família no Jardim São Noberto. Ele faria 4 anos neste ano.
Segundo policiais, os parentes alegaram que batiam no menino com palmadas e cinto porque ele era muito “peralta”.