O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (26), após participar como convidado de honra das comemorações do Dia da República da Índia, em Nova Déli, que “jamais” pediria ao presidente dos EUA, Donald Trump, para dar tratamento diferenciado a brasileiros deportados por terem entrado ilegalmente no país.
Neste sábado (25), um avião norte-americano que partiu do Texas com pelo menos 50 brasileiros deportados a bordo chegou a Belo Horizonte. Em outubro do ano passado, outro avião proveniente dos Estados Unidos trouxe 70 deportados.
Em entrevista em Nova Déli, Bolsonaro foi questionado se poderia aproveitar o relacionamento com Trump para evitar que brasileiros deportassem voltassem algemados.
“Como é a lei americana? Qual o tratamento que a lei americana dá para quem está lá ilegalmente? Não é esse? Nós temos de respeitar a lei americana”, disse.
Por isso, segundo afirmou, não intercederia junto a Trump em casos como esses.
“Jamais pediria. Você acha que eu vou pedir para ele descumprir a lei dele? Tenha a santa paciência.A lei americana diz isso. É só você não ir para os Estados Unidos de forma ilegal”, declarou.
Mais cedo, ao responder sobre eventual uso de algemas em deportados, Bolsonaro havia dito que o governo brasileiro não utilizaria esse expediente. Mas ressalvou que as leis de outro país têm de ser respeitadas. “Obviamente, não faríamos isso com ninguém”.
No sábado, o presidente já havia afirmado que a deportação é um “direito” dos Estados Unidos.
Antes da entrevista, Bolsonaro participou como convidado de honra, ao lado do primeiro-ministro Narendra Modi, do desfile militar em comemoração ao 71º aniversário do Dia da República da Índia. Anualmente, um chefe de Estado é convidado.
Bolsonaro tem previsão de iniciar a viagem de retorno ao Brasil nesta segunda-feira (27), depois de participar de um café da manhã com empresários indianos e da abertura do seminário empresarial Brasil-Índia.