Dólar opera em alta e chega a R$ 4,38 após declarações de Guedes

O dólar segue batendo recordes nesta quinta-feira (13). A moeda segue em alta após quatro recordes consecutivos em relação ao real, batendo o patamar de R$ 4,38.

Às 9h40, a moeda norte-americana era vendida a R$ 4,3755, em alta de 0,57%. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 4,3830. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar encerrou o dia vendido a R$ 4,3505, em alta de 0,55%. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,3535, também o maior valor nominal (ou seja, sem considerar a inflação) já alcançado durante as negociações. No mês, o dólar acumula valorização de 1,53% e, no ano, de 8,5%.

Já o dólar turismo, vendido nas casas de câmbio, fechou a R$ 4,54 sem acréscimo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Polêmica
O câmbio virou motivo de polêmica na quarta-feira. Em evento em Brasília, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dólar mais baixo permitia empregadas domésticas irem à Disney, nos Estados Unidos. O ministro acrescentou que a alta do dólar fará “todo mundo conhecer o Brasil”.

“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai ali passear nas praias do Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que está cheio de coisa bonita para ver”, declarou.

Redução dos juros
A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 diminuiu o diferencial de juros entre Brasil e outros pares emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. Isso elevaria a cotação da moeda.

Um dos bancos que tem recomendado emergentes que oferecem diferencial de juros maior é o Credit Suisse. “Temos preferido apostar em moedas que oferecem altas taxas de juros reais e nominais, um balanço de pagamentos estável e riscos políticos, no mínimo, bem conhecidos”, diz um relatório recente do banco. “O rublo russo e a lira turca são dois exemplos dessa descrição. Entre as moedas latino-americanas, nenhuma além do peso mexicano.”

Separadamente, o J.P. Morgan revisou sua perspectiva para a moeda brasileira de “compra” para “neutra”. O banco americano – elegeu o Brasil como uma de suas principais apostas para 2020 em dezembro – nota que as perspectivas de médio prazo do país continuam positivas. No entanto, a deterioração do sentimento de risco e os potenciais efeitos sobre a economia real levaram o banco a interromper a aposta sobre a moeda brasileira.

Fonte: G1

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