Bairro do Canaã, noite de terça-feira, 11 de fevereiro de 2020. Um policial militar é preso por uma equipe do 5º Batalhão da PM, depois de ser flagrado em um veículo com um colega, três armas de fogo, uma touca ninja, a chamada balaclava e várias munições. Os dois são encaminhados à Central de Flagrantes, no Pinheiro para explicar o motivo de estarem com os objetos descritos.
O homem que estava na companhia do policial militar tinha um mandado de prisão em aberto e permaneceu detido. O militar deixou a prisão após fiança arbitrada pela Justiça, em audiência de custódia. No entanto, foi preso na sequência sob nova acusação: duplo homicídio.
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Segundo a Polícia Civil, naquela mesma noite de terça-feira, duas pessoas foram assassinadas no Canaã. Um dos corpos foi encontrado pendurado no corrimão de uma passarela e a polícia confirmou que se tratava de José Cícero da Silva Junior, de 21 anos. O outro corpo foi encontrado somente no dia seguinte, na mesma região. A investigação da delegada Receba Cordeiro concluiu a participação da dupla armada na execução destes jovens.
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Em entrevista à TV Ponta Verde, a delegada negou a existência de uma milícia e disse que o crime está mais para “uma vingança de que deu errado”. Câmeras de circuito de segurança, testemunhas e outras diligências que não podem ser divulgadas ainda, colocam tanto o militar, quanto o comparsa na cena do crime. Em virtude da Lei de Abuso de Autoridade, os nomes dos envolvidos não serão divulgados.
Motivação
A delegada concluiu também que, inicialmente, o comparsa do PM queria vingar a morte dos seus irmãos, ocorrida no ano de 2017. Mas isso não foi possível porque o autor conseguiu fugir. Assim, ele decidiu executar a pessoa que ajudo na fuga, também sem sucesso.
Revoltado, teria atirado contra a residência onde o seu alvo estava morando. A história ganha mais um capítulo quando dois rapazes da comunidade do Canaã presenciam a cena. Eles são executados numa queima de arquivo, com a participação do militar.
Agora o advogado do militar, que já responde por outros homicídios, disse que vai esperar o andamento do inquérito para apresentar sua defesa. Ele se limitou a dizer que caso seja constatada sua participação no crime, irá tomar as medidas cabíveis.