A polícia prendeu nesta terça-feira (18) um professor de um colégio de elite na Zona Oeste de São Paulo acusado de produzir e armazenar pornografia infantil. Ele teria captado imagens das genitálias de meninas menores de idade em sala de aula, vestindo a saia do uniforme escolar, por meio de câmeras camufladas em caixas de medicamento.
Segundo os investigadores, o professor de história e de teatro foi autuado em flagrante em sua casa. Ele leciona há 20 anos. A polícia ainda investiga se há indícios de outros crimes, como compartilhamento de pornografia infantil ou estupro de vulnerável.
Os vídeos e fotos eram armazenados em um notebook, HDs externos, pen drives e na câmera utilizada para as filmagens. Preso em casa, o suspeito informou que as gravações foram feitas no colégio e indicou a sala de aula onde lecionava, onde foi encontrada uma parte do material usado para a produção e armazenamento das imagens. Segundo a polícia, os diretores do colégio acompanharam a busca na sala de aula, que seria de uso exclusivo do professor detido.
De acordo com a a delegada que cumpriu o mandado de busca e apreensão na casa do professor, ele chegou a pegar uma tesoura quando viu a polícia. Ele confessou que era doente e que tinha muito material na escola, ainda segundo a responsável pelo caso.
O G1 procurou o colégio, que não se manifestou até a publicação desta reportagem. Em grupos de WhatsApp de pais de alunos circula um comunicado no qual a escola afirma ter sido “surpreendida por uma operação policial de investigação de pedofilia que prendeu um professor da unidade de Pinheiros.”
O comunicado aos pais diz ainda que o colégio se colocou “à disposição das autoridades para colaborar amplamente com as investigações” e que “foi aberta uma sindicância interna para apurar informações complementares.”
“Com relação à comunidade de alunos, a escola já conversou com professores e crianças e nossas portas estão abertas aos pais para conversarmos com quem desejar. Nós estamos em choque e nos comprometemos a entender o que aconteceu e oferecemos apoio incondicional a toda a comunidade”, afirma o comunicado.
Operação contra pornografia infantil
Policiais de 12 estados do Brasil e de mais quatro países começaram a cumprir na manhã desta terça-feira (18) 112 mandados de busca e apreensão na sexta fase da Operação Luz na Infância. O objetivo é combater a pornografia infantil e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Até as 11h30, último balanço divulgado pela operação, 38 suspeitos haviam sido presos em flagrante e 187 mil arquivos foram levados para análise.
A força-tarefa, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, busca materiais com conteúdo relacionado ao crime de exploração sexual praticado contra menores de idade. Ao todo, 579 agentes estão nas ruas.