O Ministério da Saúde recomendou, nesta sexta-feira (13), que viajantes internacionais que cheguem ao Brasil fiquem em isolamento domiciliar por 7 dias, mesmo que não tenham sintomas de Covid-19. A pasta orienta, também, que grandes eventos sejam cancelados ou adiados.
Segundo o ministério, viajantes internacionais devem procurar uma unidade de saúde se, durante esse isolamento, tiverem falta de ar (dispneia), ou febre com tosse. No caso de falta de ar, deverá ser procurada uma unidade de referência.
Essas pessoas não devem procurar unidade de saúde se:
- tiverem apenas tosse;
- tiverem apenas coriza;
- tiverem apenas coriza e mal-estar ou sensação de moleza no corpo;
- tiverem apenas febre;
Nas situações acima, a recomendação do Ministério da Saúde é que se entre em contato com o número 136 para que uma equipe de saúde possa dar orientações.
As pessoas com sintomas devem ficar em isolamento domiciliar por até 14 dias. Na quinta-feira (12), a pasta anunciou que pessoas que tiverem contato com infectados pelo vírus também poderiam ser colocadas em isolamento, conforme recomendação médica.
As medidas estão entre as divulgadas pela pasta, a todos os estados, para o combate ao novo coronavírus no Brasil. Se as medidas propostas não forem adotadas, é possível que o número de casos no país dobre a cada três dias, segundo o ministério.
Até quinta-feira (12), o Brasil tinha 77 casos confirmados, de acordo com a pasta, mas alguns ainda não haviam entrado na contagem oficial.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, alertou que, por conta da mudança de clima com a chegada do inverno na próxima semana, haverá sazonalidade de doenças respiratórias – entre elas, o coronavírus. Por isso, medidas não farmacológicas – como evitar o contato entre as pessoas e lavar as mãos – deverão ser adotadas.
“O objetivo não é impedir, é reduzir velocidade de transmissão para que sistema de saúde consiga se manter ativo”, explicou Oliveira. Ele afirmou que a quarentena, que é a restrição de movimento decretada oficialmente por uma autoridade, seria a última medida adotada pela pasta, depois de outras não farmacológicas como lavar as mãos.
Veja recomendações do Ministério da Saúde para combate à Covid-19:
- Eventos com concentração próximas de pessoas – sejam governamentais, esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais ou religiosos – sejam cancelados ou adiados, se houver tempo hábil. Se isso não for possível, a recomendação é que o evento ocorra sem público.
- Cruzeiros turísticos também devem ser adiados enquanto o período de emergência em saúde pública estiver em vigor.
- Etiqueta respiratória: ao tossir ou espirrar, deve-se utilizar o antebraço ou um lenço, que deve ser descartado.
- Também é necessário lavar as mãos com frequência e ficar em casa se estiver doente.
Veja as recomendações para evitar o contágio pelo novo coronavírus
- Evitar apertos de mão, não compartilhar alimentos e bebidas, aumentar a distância social, reduzir a exposição a lugares lotados.
- Idosos e doentes crônicos devem evitar locais com aglomeração: cinema, shoppings, shows e viagens.
- Fazer compras fora do horário de pico. Responsáveis por shoppings e comércio devem permitir lavar as mãos com frequência, usar álcool 70%, toalhas descartáveis, e limpar o ambiente com mais frequência. O ventilador é um complemento.
- Mudar rotina no transporte público.
- Fazer exercícios ao ar livre. Academias podem estimular horários alternativos e reforçar higiene de equipamentos.
- Comprar suprimentos que devem estar sempre à mão, para evitar sair se ficar doente ou precisar cuidar de alguém doente. Ao mesmo tempo, fazer isso de forma racional e evitar compras desnecessárias.
- Quem usa medicamentos contínuos deve pedir prescrições com validade mais prolongada, para evitar ter que ir a uma unidade de saúde no período entre o outono e o inverno.
- Velórios de pessoas que morreram por infecção de Covid-19 devem acontecer sem aglomeração de pessoas.
- Os serviços de saúde deverão fazer triagem mais rápida dos casos, para que pessoas com sistemas respiratórios passem menos tempo em salas de espera. Vacinações devem ser feitas em áreas abertas.
No dia 6 de março, o Ministério da Saúde havia recomendado, por meio da Anvisa, que passageiros provenientes de países da América do Norte, Europa e Ásia e que apresentasse sintomas como febre, coriza, tosse e falta de ar poderiam ser considerados suspeitos de Covid-19. A Anvisa reforçou que os passageiros que entrassem nesse perfil deveriam procurar atendimento médico de imediato.