Família de SP tem sete casos, duas mortes e um internado na UTI

Médico Douglas Sterzza teve a doença, mas se recuperou, antes disso, no entanto, perdeu a avó, a mãe e torce agora por um tio de 62 anos

Douglas Sterzza e a mãe, Rita de Cássia
Reprodução/Facebook

Com sete casos e duas mortes, uma família paulista, de origem italiana, é a que mais sofre até o momento com o avanço do novo coronavírus no Brasil. Douglas Sterzza, médico cirurgião de 28 anos, perdeu a mãe, a avó e está com um tio internado há 9 dias no Hospital São Paulo, onde faz residência.

A primeira a sentir os sintomas foi sua mãe, Rita de Cássia Sterzza, de 55 anos. Em seguida a avó, Iracema, de 85. Daí em diante pegaram a covid-19 ele, dois tios e as esposas de ambos.

“Minha mãe me avisou que não estava se sentindo bem no domingo, dia 15, falou que sentia dores no corpo. Na terça já estava entubada”, conta Douglas.

Rita morreu dia 27, três dias depois da mãe, Iracema. “Talvez minha avó tenha escondido os sintomas para não nos deixar preocupados.”

O cirurgião não sabe dizer como o coronavírus entrou em sua família, mas tem consciência de que a disseminação interna se deu porque, em casa, a proteção é sempre menor. “As pessoas se preocupam basicamente em não levar o vírus para a residência, e deixam em segundo plano a prevenção quando estão lá dentro.”

O tio, Milton Tadeu Sterzza, de 62 anos, está entubado no Hospital São Paulo. Sua esposa não tem sintomas, assim como o irmão e a cunhada.

Douglas voltou a trabalhar nesta quarta-feira (1º), após 14 dias de quarentena. Entre as piores lembranças da covid-19 está não poder juntar a família para os velórios e enterros.

No caso da mãe, o sepultamento foi solitário porque não quis a presença do pai, de 62 anos e diabético. “Foi tudo rápido, com o caixão lacrado e com os funcionários do cemitério com medo de ser contaminados.”

Profissional da saúde e com um drama familiar inimaginável, ele faz um alerta de que muitas pessoas seguem não levando a sério o novo coronavírus. “Quando fui enterrar minha mãe vi várias pessoas na rua, em grupos, como se estivessem de férias, se divertindo. É uma pena, elas não fazem ideia do que pode fazer essa doença.”

Hoje sua principal preocupação é manter o pai longe de outras pessoas. “Ele é farmacêutico, tem que trabalhar, mas tenho pedido muito para ele fazer serviços internos e evitar o atendimento dos clientes, o que aumentaria os riscos. Não dá para facilitar com essa doença.”

Fonte: R7

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