O presidente Jair Bolsonaro andou novamente nesta sexta-feira (10) por áreas comerciais e residenciais de Brasília, apesar de orientações das autoridades sanitárias de que a população mantenha o isolamento social, em decorrência da pandemia de coronavírus. O presidente primeiro foi ao Hospital das Forças Armadas (HFA), depois a uma farmácia no setor Sudoeste e, por fim, a um prédio residencial, na mesma região.
Na farmácia e no prédio, apoiadores se juntaram para ver o presidente, também contrariando a orientação de se evitarem aglomerações. Bolsonaro pegou na mão de alguns apoiadores. Ele chegou a limpar o nariz e, com o mesmo braço, cumprimentou uma idosa.
Na rua, houve manifestações de apoio ao presidente, mas também houve pessoas que bateram panelas em suas janelas e gritaram palavras de ordem contra Bolsonaro.
Nesta quinta-feira (9), Bolsonaro já havia contrariado o isolamento social. Ele foi a uma padaria de Brasília, abraçou apoiadores (que formaram uma aglomeração em torno dele), e comeu no local. Decreto do governo do Distrito Federal permite o funcionamento de padarias, mas proíbe que seja fornecida a comida para consumo no estabelecimento.
No trecho que lista que tipo de lojas podem funcionar no DF durante a crise do coronavírus, o decreto diz: “Padarias e lojas de panificados, apenas para a venda de produtos, sendo vedado o fornecimento de refeições de qualquer tipo para consumo no local”.
Neste sábado, na saída da farmácia, Bolsonaro disse que ele tem o direito constitucional de ir e vir.
“Eu tenho o direito constitucional de ir e vir. Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir. Ninguém”, afirmou o presidente.
O Ministério da Saúde, seguindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ressalta diariamente a necessidade de as pessoas ficarem em casa e não saírem a não ser para alguma atividade essencial. A medida é fundamental, de acordo com as autoridades, para desacelerar a contaminação por coronavírus e aliviar o impacto sobre o sistema de saúde. Bolsonaro, por sua vez, defende medidas mais brandas.
Jornalistas que acompanharam a saída do presidente pela cidade questionaram Bolsonaro sobre o que ele foi fazer no hospital, mas ele não respondeu.