Em um bate-papo com Márcia Goldschmidt, o padre Fábio de Melo deu detalhes de uma grande paixão na juventude, na época da faculdade, em 1993, que quase o fez abandonar seu futuro na igreja. “Paixão avassaladora”, revelou. Ele também contou o desfecho marcante desse romance e um reencontro inusitado com a antiga “paixonite”.
“Já me apaixonei antes de virar padre e quase saí. Eu fazia faculdade de filosofia e vivia uma paixão avassaladora que durou uns quatro, cinco meses. Na época, o padre Léo, que foi muito presente na minha vida, me deu um conselho nada ortodoxo. Ele me disse assim: ‘Você não vai deixar de viver esse amor'”, conta o religioso.
“E eu falei: ‘Léo, eu sou seminarista, estou traindo’. Mas ele me explicou que eu fiz votos temporários e que nada era definitivo. Ele disse ‘Vai que essa é a mulher da sua vida?’… chegou um momento em que a menina decidiu por nós. Ela foi muito lúcida, sábia. Doeu muito, mas as palavras dela fizeram sentido”, relembra.
“Ela disse: ‘Eu tenho passado lá na sua casa e outro dia eu parei, fiquei olhando e pensei como sou pequena demais para lutar contra tudo isso’. Ela estava com as lágrimas e falou: ‘Não tenho força para lutar contra aquela casa, com aquela estrutura e tudo o que significa para você. Vai ser padre, menino’. Aí eu fui embora”, detalha o clérigo.
O padre ainda relatou como se sentiu após o término. “Parecia que o mundo tinha acabado para mim. Chorei, chorei, chorei. Fiquei tão desolado, mas aquela frase nunca mais saiu de mim… uma mulher linda, linda, linda. Inteligentíssima”, afirma.
O religioso ainda conta que, anos depois, em 2001, eles se reencontraram numa loja de roupas da qual a mulher era supervisora de vendas. “Ela brincou com a situação, mostrou o filho e falou: ‘Esse é meu menino, poderia ser nosso, mas não deu certo’. Tava casada, feliz da vida”, conta.