A primeira morte por Covid-19 no Brasil completou um mês nesta quinta-feira (16). Desde então, o Brasil já registrou 1.736 mortes e 28.320 casos. Em São Paulo, a Secretaria de Saúde divulgou 778 mortes até agora e disse que tinha 13,4 mil testes represados nesta quinta.
A primeira vítima foi um homem de 62 anos que estava internado no Hospital Sancta Maggiore, da Rede Prevent Sênior, no Paraíso, Zona Sul da capital paulista. Ele morava na cidade de São Paulo e tinha histórico de diabetes e hipertensão, além de hiperplasia prostática — um aumento benigno da próstata que não é uma doença, mas uma condição comum em homens mais velhos e que pode causar infecções urinárias.
Na época, o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência para o coronavírus no estado de São Paulo, informou que a vítima teve os primeiros sintomas da doença no dia 10 de março, sendo internada quatro dias depois, dia 14, e falecendo às 16h03 de segunda-feira, 16 de março.
Dias depois da morte do filho, a mãe estava isolada em casa com sintomas da doença e disse que estava preocupada com o marido e os outros dois filhos, também idosos, que estavam internados.
“Eu não me conformo de perder meu filho em um problema tão grave. Eu só espero que as pessoas acreditem – esse problema existe e está aqui”, disse a senhora de 82 anos.
Procurados pelo G1 nesta quarta-feira (15), o sobrinho da senhora preferiu não gravar entrevista. “Minha família e eu precisamos de paz e sossego nesse momento. ?”, disse.
No início de abril, o Ministério da Saúde chegou a informar que a primeira morte causada por coronavírus no Brasil tinha sido no dia 23 de janeiro após uma “investigação retrospectiva” dos pacientes internados com quadros de síndrome respiratória aguda grave. A informação foi corrigida um dia depois, quando a pasta apurou que o registro da morte teria sido em março.
Registros
O número registrado pelos cartórios por meio da da Central de Informações do Registro Civil, no entanto, é de 1201 mortes por Covid-19 ou suspeita da doença de 16 de março até as 19h de 15 de abril. São 423 mortes a mais do que a Secretaria registra.
O tempo de processamento dos testes pode explicar a diferença entre os números que a secretaria divulga e o que os cartórios do estado registram. Além disso, os cartórios também consideram os casos suspeitos na contagem.