A Associação das Praças da PM e Corpo de Bombeiros de Alagoas (Aspra/AL) fez um levantamento e descobriu que sete policiais militares testaram positivo para covid-19 e mais dois estão aguardando resultado do exame. Dos que já receberam a confirmação, três estão internados na UTI de hospitais particulares de Maceió. Por este motivo, a entidade cobra do Governo do Estado o cumprimento da decisão da Justiça Trabalhista que obriga o Estado a fornecer EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] aos profissionais da segurança.
Dois dos que lutam pela vida são policiais da ativa e respiram com ajuda de aparelhos. O outro é da reserva remunerada e seu quadro de saúde é considerado grave, conforme revelou o presidente da Aspra/AL, sargento Wagner Simas. Os demais infectados foram afastados do trabalho e continuam o tratamento contra o conavírus isolados em casa.
Estas informações foram obtidas pela associação junto à Diretoria de Saúde da Polícia Militar e com base em consulta aos associados. Os policiais e outros profissionais da segurança pública podem fazer os testes rápidos para detecção da covid-19 no Centro Hospitalar da PM, no centro de Maceió.
A Aspra e a Caixa Beneficente de Alagoas ingressaram com pedido de Tutela Antecipada na Justiça do Trabalho cobrando o fornecimento de EPIs aos policiais e bombeiros. A juíza titular da 9ª Vara do Trabalho de Maceió, Alda de Barros Araújo Cabús, acatou a solicitação e determinou que o Estado disponibilize os materiais de proteção necessários à prevenção do coronavírus no prazo de 48 horas (a partir dessa quinta-feira).
A direção destas entidades recebeu inúmeras denúncias de que os militares em atividade estão abandonados à própria sorte e correndo riscos de infecção pelo novo coronavírus pela falta de proteção e cuidados necessários à saúde neste período de pandemia.
Os militares estão enquadrados nos serviços essenciais, expostos diretamente à contaminação. Até agora, eles não receberam qualquer apoio relativos ao fornecimento dos EPI´s básicos, sequer os mínimos possíveis (luvas, máscaras e álcool 70%), para redução dos riscos de infecção, diminuindo a probabilidade de levar para suas casas e contaminar suas famílias”, afirmou Wagner Simas.
Ele destaca, ainda, que a categoria militar tem enorme risco de contágio, em virtude do contato direto com diversas pessoas desconhecidas e nos locais mais insalubres. No cotidiano, os policiais militares são obrigados a se aproximar de muita gente durante as abordagens nas ruas, a prestar atendimento de ocorrências, ir às delegacias e fazer a condução de presos.
O presidente da Caixa Beneficente, major José Alberto da Silva, disse que Comando Geral da Polícia Militar, por exemplo, expediu uma norma interna aconselhando os militares a lavar a farda, limpar o armamento com álcool em gel, usar luvas e máscaras, mas este material de higiene não está sendo disponibilizado pela corporação a todas as guarnições.
“Os policiais saem às ruas à mercê do perigo. Uma ou outra viatura tem máscara e outras o gel, mas a maioria não tem recebido os equipamentos obrigatórios”, denuncia o major José Alberto da Silva.