A Polícia Federal identificou, neste sábado, que o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, é o articulador de um complexo esquema criminoso de fake news a favor do governo. As informações são da Folha de São Paulo.
De acordo com o inquérito, dentro da PF, não há dúvidas de que Bolsonaro pressionou o diretor da Polícia Federal Maurício Valeixo, demitido na última sexta-feira, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado a seu filho. Ainda segundo o jornal, tirar Valeixo do cargo poderia abrir caminho para obter informações da investigação do Supremo.
Para o lugar de Valeixo, Bolsonaro teria escolhido Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O novo nome deve ser anunciando em breve. A troca de comando na instituição culminou com a saída do ex-ministro de Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que deixou o cargo também nesta sexta.
Ao anunciar a saída do cargo, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, acusou nesta sexta-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência. “O presidente me quer fora do cargo”, disse Moro, ao deixar claro que a saída foi motivada por decisão de Bolsonaro.
Em um pronunciamento de cerca de 40 minutos, o presidente Jair Bolsonaro rebateu o ex-ministro Sérgio Moro que, ao pedir demissão, o acusou de tentar interferir na Polícia Federal.
Na fala, no entanto, Bolsonaro reconheceu que quer um contato mais direto com o diretor-geral da instituição e evidenciou ter interesse pessoal em investigações da PF, como o caso da facada que sofreu em 2018.
Bolsonaro disse que, se Moro queria independência para fazer nomeações, deveria ter disputado a eleição à Presidência.