A Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), vem adotando medidas para minimizar os impactos da pandemia do coronavírus no meio artístico e cultural de Maceió. De acordo com a diretora-presidente da Fmac, Vania Amorim, a Fundação vem realizando diálogos com o setor, cumprindo com pagamento de fornecedores, sensibilizando empresários para ajuda aos mestres da cultural popular, além de realizar videoconferências com grupos e entidades culturais, com o objetivo de buscar alternativas para o segmento.
“O isolamento social é necessário para todos neste momento, mas provocou um grande impacto nas atividades culturais da cidade, com prejuízos incalculáveis para o setor. A situação se agravou com as medidas que impuseram a suspensão de eventos e editais previstos para este semestre, atingindo inúmeros artistas e demais trabalhadores da cultura”, destacou Vania Amorim.
Desde quando foi decretada situação de emergência em saúde pública em Maceió, a Fmac vem mantendo as atividades cotidianas em regime de teletrabalho.
Ações Prioritárias
Neste momento, a Fmac está empenhada em cumprir os compromissos financeiros assumidos com artistas, produtores culturais e fornecedores na execução dos mais variados projetos e eventos no decorrer dos anos de 2019 e 2020.
Além disso, foi criado o Observatório de Editais, cuja pesquisa está sendo divulgada permanentemente nas redes sociais do órgão, com informações sobre editais locais, nacionais e internacionais voltados à cultura, com a oferta de suporte técnico à elaboração de projetos para submissão a estes editais.
Outra atividade constante é a articulação com Brasília para garantir o avanço dos processos das emendas parlamentares que já estão em curso e a transferência de recursos do que já está conveniado.
Diálogo com o meio artístico
Diante da suspensão das atividades, editais e eventos, a Fmac vem mantendo um canal aberto de diálogo. “Estão sendo realizadas videoconferências com grupos culturais e entidades representativas de classe, a exemplo do Conselho Municipal de Políticas Culturais, o Fórum de Teatro, Associação dos Folguedos Populares de Alagoas (Asfopal) e a Associação de Forrozeiros. Tudo isso com o intuito de buscar soluções emergenciais para minimizar as dificuldades que esses profissionais vêm enfrentando”, explica Vania.
Assistência emergencial
A Fmac tem procurado sensibilizar alguns empresários para que doem cestas básicas para distribuir aos mestres da cultura popular, idosos em sua maioria. Simultaneamente, o órgão vem articulando com patrocinadores a realização de um projeto de apresentações virtuais que irá beneficiar cerca de 100 artistas. Além disso, haverá apoio para os cadastramento dos trabalhadores das artes e da cultura que deverão ser incluídos como beneficiários do Auxílio Emergencial do Governo Federal, por meio do Projeto de Lei 873/20, que já foi aprovado no Congresso Nacional e só depende agora da sanção presidencial.
Recursos captados
Antes mesmo da pandemia, a Fmac havia anunciado a captação de recursos para a realização de diversos eventos culturais até o final do ano. Ao todo, espera-se a liberação de quase R$ 3 milhões em emendas parlamentares para a execução dos projetos Folguedos na Rede, Cultura na Rua, Ginga Maceió e Maceió, Cidade das Artes. A expectativa é de que agora em maio sejam liberados R$ 950 mil – recursos de emenda parlamentar da deputada federal Tereza Nelma -, para execução do Maceió, Cidade das Artes. O convênio com o Governo Federal já foi assinado, falta apenas a transferência de recursos.
Esta captação vai viabilizar a execução de nove projetos culturais no segundo semestre deste ano, logo tenham sido encerrados os períodos de isolamento social e de vedações eleitorais. Os nove projetos contemplados serão Folguedos na Rede, Ginga Capoeira, Pauta Aberta, Cultura na Rua, Festival de Bumba Meu Boi, Saurê Palmares, Natal dos Folguedos, Festa das Águas e o Xangô Rezado Alto de 2021.
Pontos de Cultura e Produção Audiovisual
Além desses, já está garantido pelo Tesouro Municipal o projeto Pontos de Cultura, que será executado em 40 escolas da Rede Municipal de Ensino com o retorno das aulas presenciais.
Já com o retorno da produção audiovisual será possível dar andamento a 12 curtas-metragens e oito cineclubes. Para o mesmo projeto, ainda virão R$ 5 milhões da Agência Nacional de Cinema (Ancine), disponibilizados pelo Fundo Setorial do Audiovisual para produção de longas, telefilmes, festivais e oficinas de capacitação.
Junto com os Pontos de Cultura, os projetos Folguedos na Rede e Ginga Capoeira atenderão alunos em 98 escolas da Rede Municipal de Ensino. Todos são eventos que contam com a participação de vários grupos culturais, músicos, mestres da cultura popular, o que vai incrementar boa parte dos segmentos culturais da cidade, minimizando os estragos causados por essa pandemia do coronavírus.