Deputado diz que apadrinhados de Renan Filho estão furando fila de exames no Lacen

Assessoria

Davi Maia

Atualizado às 18h45, de 29 de Abril de 2020.

Em sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) desta quarta-feira (29), o deputado Davi Maia (DEM) afirmou que recebeu denúncias de que apadrinhados do governador Renan Filho (MDB) estariam “furando” as filas para a realização de testes do coronavírus.

De acordo com o parlamentar, pessoas de baixa renda não estão conseguindo realizar os exames no Laboratório Central de Alagoas (Lacen) devido a pessoas ligadas ao governador.

“A fila do Lacen continua sendo furada. Uma senhora do bairro da Levada passou 20 dias para fazer os exames porque tem apadrinhados do governo passando na frente da fila. Pessoas que tinham condições de desembolsar estão passando na frente dos que não têm”, denunciou Maia.

O deputado seguiu afirmando que o fato de que apadrinhados de Renan Filho estariam furando a fila está fazendo com que os casos de coronavírus em bairros da periferia tenha crescido devido aos diagnósticos que não foram realizados a tempo de evitar a contaminação nestas regiões.

“Os bairros do Vergel e Benedito Bentes já são os mais infectados dentro de Maceió. O que mostra que os bairros da elite estão com menos casos. Peço que as comissões de Direitos Humanos e de Saúde analisem este fato como foram solicitados e que o Ministério Público faça o levantamento do que está acontecendo dentro do Lacen”, disparou.

DENÚNCIA CONTRA O LACEN

Maia seguiu seu pronunciamento na sessão ordinária dizendo que também recebeu denúncias sobre o funcionamento do Lacen. Segundo ele, recebeu áudios da chefe de um dos setores do laboratório que afirmou que a determinação do Governo de Alagoas é de que os servidores do local transcrevam os exames feitos pelo laboratório paulista Biomega, contratado para também realizar os testes do Covid-19.

“Continuo recebendo denúncias sobre o funcionamento do Lacen. Recebi um áudio de uma pessoas dizendo que os servidores estão sendo obrigados a transcrever exames de um laboratório de São Paulo para que sejam divulgados como se fossem do próprio Lacen. O assunto é grave porque mostra a incapacidade do Lacen de fazer exames. Eles estão transcrevendo o exame sendo que o estado está pagando a Biomega e também o próprio Lacen para realizar estes exames”, finalizou.

O deputado afirmou, ainda, que irá disponibilizar os áudios em suas redes sociais.

Nota – Laboratório Central de Alagoas

O Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) vem a público desmentir veementemente as acusações do deputado Davi Maia sobre suposta manipulação de testes a partir de áudio divulgado na manhã desta quarta-feira (29).

Em nenhum momento, a gravação demonstra as ilações do deputado, retratando apenas trecho de uma reunião de rotina, onde funcionários do laboratório reforçam os procedimentos na análise e preparo das amostras. O diálogo está fora de contexto e não endossa as colocações feitas pelo parlamentar.

O Lacen/AL esclarece que segue uma linha clínica de critério para realização de exames para detectar Covid-19 de acordo com a lista repassada pela Central de Regulação Leitos e pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS). Além disso, a unidade atende à demanda ambulatorial não prioritária, de pacientes com suspeitas clínicas de síndrome gripal e de pacientes que tiveram contato com outros pacientes positivos.

Para ampliar a assistência ao estado, o Lacen estabeleceu contrato com o Laboratório Biomega, de São Paulo, para a realização de 2.200 (dois mil e duzentos) testes do tipo RT-PCR. O objetivo foi gerar mais celeridade na entrega de exames, principalmente nos casos considerados não prioritários. O Laboratório Central de Alagoas reitera que todos os exames, inclusive os enviados para o laboratório Biomega, são cadastrados e gerenciados pelo próprio Lacen, conforme determina o Ministério da Saúde.

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