O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou neste domingo (10) a flexibilização do lockdown (confinamento) no país. O chefe de governo estimulou a população a voltar a trabalhar, caso não possa fazê-lo de casa — a posição anterior era de que só atividades essenciais deveriam funcionar.
“Devemos ressaltar agora que qualquer um que não pode trabalhar de casa, como quem está na construção civil ou em fábricas, deve se sentir encorajado a ir trabalhar”, disse Johnson.
Em pronunciamento à nação pela TV, Johnson também anunciou um planejamento para a retomada das atividades no país, depois de seis semanas de lockdown, ou confinamento — ou seja, situação em que toda a população não pode sair de casa, sob pena de prisão ou multa.
O Reino Unido é o segundo país com mais mortes pelo novo coronavírus até o momento. Já são mais de 31.000 mortes e cerca de 217.000 casos, segundo dados da universidade americana Johns Hopkins, que monitora o avanço da Covid-19 no mundo.
A partir de quarta-feira (13), a população do Reino Unido também poderá tomar banho de sol em parques, se exercitar livremente e se locomover de carro, declarou o primeiro-ministro.
Apesar da flexibilização, Johnson disse via Twitter que a população ainda deve ficar em casa o máximo que puder, e pediu que o contato pessoal continue sendo limitado.
O governo britânico chegou a mudar o slogan “Fique em casa” para “Fique alerta”, o que foi alvo de críticas nas redes sociais, já que a nova mensagem não deixaria claro o que a população precisa fazer.
Em Londres, parte da população demonstrou que não está aderindo ao isolamento. Durante feriado prolongado iniciado na capital britância na sexta-feira (10), a polícia da cidade tem registrado diversos casos de desrespeito à quarentena, com aglomerações ao ar livre em meio a dias quentes.
Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição a Johnson, afirmou que o pronunciamento de Johnson não trouxe a clareza que a nação esperava.
O novo slogan colocou o governo britânico do lado oposto de Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, as nações que formam o Reino Unido junto com a Inglaterra e que estenderam seus lockdowns até 28 de maio. Lideranças dos três países têm reclamado de uma falta de coordenação na comunicação sobre a pandemia.