Circula nas redes sociais, em Alagoas, um áudio onde um homem acusa o Governo de Alagoas de confiscar o estoque de hidroxicloroquina e azitromicina das farmácias e diz que, por essa razão, o medicamento não estaria sendo encontrado pelos pacientes. A informação é falsa. Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) informa que a escassez desse medicamento é um problema nacional e que o Governo dispõe de dois tipos dele: a hidroxicloroquina, que tem sido comprada pelo Estado – mas não de distribuidores locais, e sim, de distribuidores nacionais – e a cloroquina, que é de uso hospitalar e está em falta no mercado.
No áudio, o homem diz que o sobrinho, de 25 anos, teria sido atendido pela equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Maceió e que os funcionários da unidade hospitalar teriam recomendado à família procurar o Ministério Público para poder ter acesso ao medicamento, que foi receitado para o tratamento do paciente. “Eu tenho um sobrinho de 25 anos e ele estava com alguns sintomas da Covid-19. Ele tem plano de saúde, procurou atendimento, foi feito alguns procedimentos e constataram que existe um início de lesão no pulmão. Ele saiu da Santa Casa e receitaram hidroxicloroquina e azitromicina”, diz um trecho do áudio.
E completa: “Ao sair de lá, a própria equipe médica recomendou que fôssemos ao Ministério Público para poder ter o remédio. Em algumas farmácias, onde tem gente que não tem medo, dizem o seguinte: governador confiscou todos os remédios, os remédios não chegam nem na farmácia, pegam na distribuidora”.
A cloroquina é fornecida exclusivamente pelo Ministério da Saúde, que enviou uma pequena quantidade para Alagoas. Por isso, o Governo do Estado está tentando comprar diretamente o medicamento, mas enfrenta a escassez no mercado. O Governo também tem pressionado o Ministério para que ele encaminhe mais medicamentos para os hospitais alagoanos.
O Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF-AL) explica, em nota, que a reposição do medicamento Reuquinol (hidroxicloroquina) tem acontecido de forma mais lenta nas farmácias comerciais alagoanas. De acordo com o Conselho, o desabastecimento se iniciou a partir da informação de que este medicamento poderia combater a Covid-19, gerando a compra indiscriminada do produto pela população – o que em nada tem relação com a informação de que o Estado de Alagoas estaria confiscando tal medicamento.
Ainda segundo o CRF-AL, por se tratar de um remédio cuja procura era pequena antes da pandemia – só era usado no tratamento de doenças como artrite reumatoide e lúpus –, o estoque nas farmácias seguia o mesmo ritmo. “Ainda em fase de estudos, os medicamentos passaram a ser testados em pacientes com Covid-19 que já estavam internados nos hospitais, sendo assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde priorizaram o fornecimento para o serviço público que, por sua vez, direcionariam para os hospitais e centrais de abastecimento farmacêutico”, diz um trecho da nota.
O Conselho orienta, por fim, que a utilização deste medicamento deve seguir todos os protocolos de saúde, que até o momento têm sido direcionados para os pacientes em estado mais grave da doença. Para a população, lavar as mãos, utilizar álcool gel e respeitar o isolamento social é a forma mais correta de prevenção.
Por meio de nota, a Santa Casa de Misericórdia de Maceió ressaltou que todos os médicos ligados à instituição seguem protocolos do hospital e que as orientações aos pacientes devem se restringir ao melhor tratamento para o caso apresentado, sem recomendações de como ou onde adquirir os medicamentos prescritos. Ainda segundo a assessoria, o hospital não autoriza ninguém a falar em nome da instituição que não seja por ordem expressa do seu provedor, Humberto Gomes de Melo.