A empresária Maressa Crivella, nora do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, possui uma empresa aberta nos Estados Unidos em sociedade com Leandro Braga de Sousa, preso na semana passada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ) na Operação Favorito.
Maressa e Leandro são parceiros na LP Participações LLC, com sede em Orlando, na Flórida, aberta em primeiro de junho de 2018. Ela é esposa do advogado Marcelo Crivella Filho.
Os documentos da Junta Comercial norte-americana revelam que a empresa não tem um ramo específico. Há ainda outro sócio: Israel Aurelio Ferreira.
Em nota, a Prefeitura do Rio informou que Maressa não é nem nunca foi sócia de Leandro em nenhuma empresa para fornecer medicamentos ou equipamentos médicos para qualquer governo.
No Brasil, empresa dele sob suspeita
No Brasil, e sem a sociedade com Maressa, Leandro é dono da LP Farma, empresa que vende produtos hospitalares para organizações sociais (OSs).
No pedido de prisão contra Leandro, os promotores afirmam que as OSs controlavam as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e os produtos comprados para as UPAS eram superfaturados.
Ainda segundo a investigação, o governo pagava mais do que eles custavam e o lucro ia para Leandro.
Uma das OSs cliente de Leandro é o Instituto Data Rio, que passou a ser chamado de Instituto Unir Saúde e é alvo das investigações do MP.
O Instituto Unir Saúde administra as Unidades de Pronto Atendimento no Estado (UPA). Leandro teria recebido, só do Instituto Data Rio, quase R$ 9 milhões entre outubro de 2016 e novembro de 2018.
A empresa de Leandro Braga de Souza emitia notas fiscais com valores superfaturados para o Instituto Data Rio, segundo a investigação. Depois, 15% do valor era repassado para Luiz Roberto Martins, presidente do conselho de administração da OS.
Contrato com a Prefeitura
A empresa de Leandro no Brasil, a LP Farma, já teve relação com a gestão de Crivella. No site da Transparência da Prefeitura, constam cinco pagamentos para a firma de Leandro: cerca de R$ 25 mil.
O pagamento foi feito por meio da empresa pública de Saúde, a Rio Saúde, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde. As transferências eram relativas a fornecimento de materiais para uso medicinal, cirúrgico e odontológico.
A Prefeitura afirma que a LP forneceu uma única vez material médico à Riosaúde, após a devida cotação de preços.