A médica Gabriela Verzola, de 24 anos, trabalha em um hospital público do Distrito Federal e, por conta da pandemia do novo coronavírus, não via a mãe desde março. Neste sábado (23), a profissional de saúde improvisou uma alternativa criativa para conseguir esse contato e amenizar a saudade.
Na casa da família, em Sobradinho, Gabriela usou uma embalagem plástica de um colchão como capa para embrulhar o próprio corpo. A sacola foi esterilizada e, assim, protegidas, mãe e filha quebraram um jejum de mais de dois meses sem carinho e sem contato físico.
“Mesmo dentro do saco plástico, esse abraço me deu esperança para que isso tudo acabe logo. E que todo mundo possa se abraçar de verdade.”
Recém-formada, a médica é residente no Instituto de Cardiologia do DF e também trabalha no Hospital Regional de Planaltina. A mãe dela, Cilene Verzola, afirma que a filha tem contato com pacientes infectados com o novo coronavírus.
“Todos os dias ela tem contato com a Covid-19. Então sempre que ela chega do hospital, vai para o quarto dela”, afirma.
Cuidado redobrado
Apesar da família não ter pessoas em grupo de risco, em casa, as roupas de Gabriela são lavadas separadamente, e a comida é entregue na porta do quarto. As louças também são lavadas à parte, com muita água e sabão.
“Tudo que ela recebe é por um banquinho”, afirma Cilene.
Depois de ter esse gostinho de abraço de novo, a mãe da jovem manda um recado para quem pode colaborar com o isolamento social.
“Esse é meu apelo às pessoas que podem estar todos os dias abraçando e beijando seus filhos: pensem em um pouquinho de distanciamento agora, para que as pessoas que não podem, possam o mais breve possível, se abraçar e expressar carinho novamente”, disse Cilene.
“Que fique a mensagem, que a gente possa se cuidar, higienizar nossas mãos, usar as máscaras. Para que possamos abraçar as pessoas que a gente ama sem medo”, reforça a médica Gabriela Verzola.