Voluntários de diferentes universidades de São Paulo formam uma equipe para auxiliar gratuitamente alunos que farão as provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em meio àpandemia de covid-19.
O projeto, chamado de Reforço pro Enem, conta com revisões online de 14 matérias, incluindo redação, nas quais os 17 voluntários expõem a matéria, respondem dúvidas e resolvem exercícios de provas passadas. As primeiras lives foram feitas no dia 25.
A idealizadora, Evelyn Malzoni, de 18 anos, é aluna de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero e conta que o projeto surgiu de maneira despretensiosa.
“Uma amiga que estuda em escola pública precisava de ajuda nos estudos. Ela estava com as aulas suspensas e pensei que podia dar algumas aula”, conta. “Chamei outros amigos para ajudar e, quando vi, já estava com a equipe formada, o suficiente para ajudar outras pessoas”, conta.
A divulgação foi feita pelo Whatsapp e se espalhou por todo o Brasil. O projeto conta com quase 250 alunos, sendo 89% de escolas públicas e 61% na faixa etária entre os 15 e 17 anos.
“Nosso objetivo é poder ajudar aqueles que foram prejudicados pelo isolamento., principalmente em um país onde a educação não é muito justa”, diz Evelyn. “Não queremos só reclamar, mas colocar a mão na massa”.
O projeto não possui financiamento e no momento procura apoio nas redes sociais para conseguir fazer as aulas em uma plataforma mais adequada.
A estudante Ana Lívia dos Santos, de 18 anos, é aluna da rede pública de São Paulo e participa do projeto.
“Esse é meu primeiro Enem, eu não tinha dinheiro para pagar a inscrição dos outros”, conta. “Com o cancelamento das aulas, eu estava ficando sem esperança”, desabafa.
Ana soube do projeto por uma amiga. “Entrei por curiosidade. Não queria perder a oportunidade de aprender de graça e queria saber como as aulas funcionam”.
Para a estudante, o formato das lives e o auxílio dos voluntários amenizaram suas preocupações: “Tenho problemas para estudar sozinha e sinto muito a falta das aulas presenciais, mas os voluntários me acalmaram. Eles se esforçam muito para ajudar a responder todas as perguntas durante as aulas”, conta.