O Ministério da Saúde anunciou neste sábado (27), uma parceria para a pesquisa e produção nacional da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.
A vacina está na fase 3, ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos), e já começou a ser testada no Brasil. Ao todo 50 mil pessoas serão testadas em todo o planeta. Veja mais sobre a imunização nesta reportagem.
- Testes em humanos
- Parceria com o Brasil
- Qual a tecnologia utilizada na vacina?
- Testes já realizados no Brasil
- Outras vacinas que estão sendo produzidas
- Tempo de imunização
Quando foram iniciados os testes em humanos?
A vacina experimental, conhecida como ChAdOx1 nCoV-19, uma das pioneiras na corrida global para fornecer proteção contra o novo coronavírus, iniciou os testes em humanos em estágio inicial da vacina em abril, tornando-a uma das poucas que alcançaram esse marco.
A imunização em fase de testes contra a Covid-19 feita pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca é a mais adiantada no mundo e, também, a mais avançada em desenvolvimento. A declaração foi dada nesta sexta-feira (26) por Soumya Swaminathan, cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Ao todo, 50 mil pessoas serão testadas em todo o planeta – 30 mil nos Estados Unidos e outras em países da África e Ásia. No Brasil, pelo menos 5 mil voluntários entre 18 e 55 anos serão vacinados. A ideia é anunciar os resultados até setembro e, se tudo correr bem, entregar as vacinas já em outubro.
Como será a parceria com o Brasil?
O acordo com o governo brasileiro prevê a compra de dois lotes da vacina e a transferência de tecnologia – que, se comprovada a eficácia, serão inicialmente 30 milhões de doses entregues: 15 milhões em dezembro de 2020, e 15 milhões em janeiro de 2021, com prioridade para o grupo de risco e para profissionais de saúde.
Após as primeiras duas entregas, segundo o ministério, ainda poderão ser produzidas mais 70 milhões de doses para distribuição a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).
No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que será preparada para fabricar a imunização distribuída no país com a tecnologia estrangeira.
Qual a tecnologia utilizada na produção da vacina?
A vacina utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ela é produzida a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés — e que não causa doença em humanos. A esse imunizante foi adicionado o material genético usado na produção da proteína “spike” do Sars-Cov-2 (a que ele usa para invadir células), induzindo os anticorpos.
Como serão aplicados os testes no Brasil?
Os testes em brasileiros iniciaram em São Paulo no sábado (20) e prosseguiram nesta segunda-feira (22), segundo o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp, que coordena a aplicação da vacina em São Paulo. Inicialmente a universidade havia informado que a sorologia havia iniciado na sexta-feira (19).
Informações da Universidade de Oxford apontam que pelo menos 5 mil profissionais da saúde participarão das testagens no Rio de Janeiro, São Paulo e na região Nordeste.
Do total de voluntários da área da saúde, 2.000 serão vacinados em São Paulo, 1.500 no Rio de Janeiro e 1.500 na região Nordeste, possivelmente na cidade de Salvador, na Bahia.
A Unifesp afirma que, na capital paulista, o Hospital São Paulo está responsável pela análise do perfil dos profissionais de saúde aptos a receberem o teste da vacina.
Ainda não existe previsão sobre quando a vacina estará disponível para a população.
Quantas vacinas para Covid-19 estão sendo realizadas?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que 141 vacinas contra a covid-19 estão sendo testadas, destas, apenas a de Oxford chegou a fase 3 – ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) – outras 15 estão entre as fases 1 e 2. O restante está na fase pré-clínica, em que ocorre a validação da vacina em organismos vivos, usando animais (ratos, por exemplo).
Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;
Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;
Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário;
Quanto tempo pode durar a imunização da vacina contra Covid-19?
Segundo o presidente da farmacêutica AstraZeneca, parceira da instituição de ensino britânica, se comprovada a eficácia, a vacina contra a Covid-19 fornecerá proteção contra a infecção por cerca de um ano.