Um estudo no Rio de Janeiro pode trazer bons resultados no tratamento da Covid-19. Pesquisadores do Instituto Vital Brazil estão desenvolvendo um soro com a ajuda de cavalos.
O soro contra a Covid deve ser uma forma de tratamento para quem já está doente, não uma vacina. A estimativa é que o produto esteja disponível nos primeiros meses de 2021.
A ideia é usar o plasma do cavalo – que é a parte líquida do sangue – para estimular a produção de anticorpos capazes de combater o novo coronavírus em humanos. Isso se daria por duas maneiras:
- Uma delas pega a proteína que o coronavírus usa para se ligar à célula humana e injeta no cavalo. A ideia é que o animal produza anticorpos capazes de impedir que o vírus consiga infectar essa célula.
- A outra utiliza o vírus inteiro, mas inativado. Assim, o cavalo produz anticorpos que permitem que o organismo humano destrua esse vírus.
A expectativa é de que em 6 semanas os animais possam estar produzindo os anticorpos para a fabricação do soro.
“O animal, ao entrar em contato com essa partícula estranha, não adoece, mas o sistema imunológico dele desenvolve anticorpos capazes de neutralizar o vírus”, explica Jeferson Lima da Sila, professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A estratégia não é nova, é utilizada pelo Instituto Vital Brazil há pelo menos um século. Com a ajuda dos cavalos, os pesquisadores já desenvolveram vacinas e soros contra picada de cobra, aranha, escorpião e até de abelha.