O Brasil passa da marca de 65 mil mortes por coronavírus em pouco mais de quatro meses de pandemia, aponta um levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
O país é o 2º com os maiores números de óbitos e de casos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo dados da universidade americana Johns Hopkins.
A atualização do balanço inclui os estados que atualizaram os dados até as 13h desta segunda-feira (6). Veja:
- 65.120 mortes
- 1.613.351 casos confirmados
Antes da atualização das 13h, o consórcio divulgou o balanço das 8h, com os dados mais atualizados das secretarias estaduais naquele momento. Eram 1.604.683 casos confirmados de Covid-19 e 64.909 mortes.
(No domingo, 5, às 20h, o balanço indicou: 64.900 mortes, 535 em 24 horas; e 1.604.585 casos confirmados. Desde então, CE, DF, GO, MG, MS, PE, RN, RR, SP e TO divulgaram novos dados.)
Consórcio de veículos de imprensa
Os dados sobre casos e mortes de coronavírus no Brasil foram obtidos após uma parceria inédita entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal.
O objetivo é que os brasileiros possam saber como está a evolução e o total de óbitos provocados pela Covid-19, além dos números consolidados de casos testados e com resultado positivo para o novo coronavírus.
A parceria entre os veículos de comunicação foi feita em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia da Covid-19. Personalidades do mundo político e jurídico, juntamente com entidades representativas de profissionais e da imprensa, elogiaram a iniciativa.
Mudanças feitas pelo Ministério da Saúde na publicação de seu balanço da pandemia reduziram por alguns dias a quantidade e a qualidade dos dados. Primeiro, o horário de divulgação, que era às 17h na gestão do ministro Luiz Henrique Mandetta (até 17 de abril), passou para as 19h e depois para as 22h. Isso dificultou ou inviabilizou a publicação dos dados em telejornais e veículos impressos. “Acabou matéria no Jornal Nacional”, disse o presidente Jair Bolsonaro, em tom de deboche, ao comentar a mudança.
A segunda alteração foi de caráter qualitativo. O portal no qual o ministério divulga o número de mortos e contaminados foi retirado do ar na noite de 4 de junho. Quando retornou, depois de mais de 19 horas, passou a apresentar apenas informações sobre os casos “novos”, ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram os números consolidados e o histórico da doença desde seu começo. Também foram eliminados do site os links para downloads de dados em formato de tabela, essenciais para análises de pesquisadores e jornalistas, e que alimentavam outras iniciativas de divulgação.
Entre os itens que deixaram de ser publicados estão: curva de casos novos por data de notificação e por semana epidemiológica; casos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica; mortes por data de notificação e por semana epidemiológica; e óbitos acumulados por data de notificação e por semana epidemiológica.
No dia 7 de junho, o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.
Apenas no dia 9 de junho, o ministério voltou a divulgar os dados completos, obedecendo a ordem do STF.
Neste domingo (5), o órgão divulgou um novo balanço. Segundo a pasta, houve 602 novos óbitos e 26.051 novos casos, somando 64.867 mortes e 1.603.055 casos desde o começo da pandemia.