Porto, Manchester City, Galatasaray e Sevilla. Fernando pode se orgulhar e muito da sua carreira pela Europa. Em entrevista ao FOXSports.com.br, o brasileiro, que fez sucesso com a camisa dos Dragões, lembrou com detalhes da passagem por Portugal que quase lhe rendeu uma convocação para defender a seleção de Portugal na Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
O volante, que atualmente atual pelo Sevilla, no entanto, não jogou o Mundial de 2014 pela seleção portuguesa por conta de uma proibição da FIFA, já que havia defendido a Seleção Brasileira anteriormente no Sul-Americano sub-20.
“Todo jogador tem um sonho e objetivo de jogar pela sua Seleção e eu sempre busquei fazer o meu melhor dentro de campo para ter essa oportunidade. Porém, nunca tive chances ou fui mencionado em nenhum momento para representar a Seleção Brasileira e, por isso, em 2014, surgiu o interesse de poder representar a Seleção Portuguesa e eu quis. Até porque Portugal me abriu as portas e a chance de crescer como jogador e pessoa. Porém a FIFA negou pois eu já tinha atuado pelo Brasil, em campeonatos oficiais como o Sul-Americano sub-20, e então eles declararam que ali eu já tinha feito a minha decisão e eu não poderia representar outra seleção. Não digo que foi algo decepcionante, mas você cria uma expectativa em cima daquilo e espera que possa acontecer. Quando não acontece é um pouco frustrante, porém não foi nada que me abalou. Foi uma coisa que eu queria, mas não aconteceu e faz parte”, contou o atleta.
“O primeiro objetivo sempre foi representar a Seleção Brasileira, mas a partir do momento que você nunca foi mencionado, acredito que o fato de atuar em um campeonato pouco visto no Brasil, a Liga NOS, pode ter influência. E quando não tem essa oportunidade e surge uma no país que te abraçou e que você gosta, não pode dizer não”, completou.
Para chegar a ser cogitado na Seleção Portuguesa, o volante lembrou do seu começo na Europa, as dificuldades encontradas assim que chegou no Porto e como foi ter o nome marcado na história do clube.
“O Porto foi o clube que me abriu as portas na Europa e que apostou em um jogador muito jovem. Quando eu cheguei lá tinha 19 anos e ainda estava em formação. O Brasil forma muito bem em termo técnico, mas em termos de tática e posicionamento não é um país que consegue formar bem e foi nisso que tive muitas dificuldades. E dentro do Porto aprendi muito taticamente, cresci demais, tiveram bastante paciência comigo, então é um clube que devo muito e depois foram 7 anos de muitas conquistas. Fiquei marcado na história do clube e o Porto ficou marcado na minha carreira”, disse o jogador.
O sucesso em Portugal rendeu a Fernando a oportunidade de atuar em um dos maiores clubes da Inglaterra e do mundo, o Manchester City. Porém, o brasileiro não coloca a Premier League como a melhor que já atuou.
“É um futebol muito físico de jogadores com muitos talentos, a Premier League tem essa condição de buscar os melhores. É uma liga muito competitiva com várias equipes que podem ganhar e mesmo as que não competem para serem campeãs tem jogadores de muita qualidade. Mas eu não diria que é a melhor do mundo, acho que a La Liga é a melhor do mundo, ela supera a Premier League pela forma técnica que tem, os jogadores, o tipo de jogo… Acho que a espanhola está um pouco acima da Premier”, afirmou Fernando.
Além de ter a oportunidade de atuar em um dos campeonatos mais disputados do mundo, o volante teve a chance de ser comandado por Guardiola. Porém, o jogador recorda que a experiência com o treinador poderia ter sido mais benéfica.
“Eu tive a oportunidade de trabalhar com o Guardiola um ano e aprendi bastante. É um treinador com muito conhecimento e que se aprofunda no estudo, que fala contigo com muita clareza. Ele sabe do que está falando. Quando quer explicar uma forma tática ou quer que faça algum posicionamento, ele consegue explicar e aprofundar no que quer. Então é um treinador que estuda bastante e procura saber o que tem que fazer e como os adversários jogam. Realmente é um dos melhores do mundo juntamente com o Klopp”, disse o atleta.
“Eu cheguei no City e com o Pellegrini estava sempre jogando, em 2015 e 2016, fiz 40 partidas e com o Guardiola fiz só 27 sendo 10 delas como titular. Por conta disso, percebi que estava sendo um pouco encostado e em toda a minha carreira estive sempre atuando, nunca estive no banco. E quando começa a entender que está encostado tem que procurar outra solução, perguntar se algo vai mudar e caso não mude procurar uma outra equipe para atuar. Todo mundo gosta de jogar. E a partir do momento em que vê que o treinador não conta mais contigo, você tem que encontrar outra solução”, finalizou.