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Alvo dos seus próprios pares, a tenente-coronel BM Camila Paiva decidiu tomar uma medida drástica. Ela procurou a Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas e denunciou um major da corporação, após este ofendê-la em um grupo de WathsApp. O caso ganhou publicidade após a oficial gravar um vídeo nas suas redes sociais.
Ironicamente, na última semana, a militar havia gravado um vídeo em defesa das militares do Ceará, também vítimas de misoginia. Em um grupo de WathsApp, um policial militar afirmou o seguinte sobre as policiais militares: “Elas eram pra estarem no quartel, para tirar o estresse da gente, tá entendendo? Se chegasse estressado, elas estavam lá para resolver a parada.” O caso está sendo investigado pela Secretaria de Segurança Pública e pela Polícia Militar.
A oficial alagoana é bastante ativa nas redes sociais, publicando fotos das suas atividades no Corpo de Bombeiros ou em momentos de lazer. Uma dessas imagens, mais especificamente um vídeo de biquíni, foi jogado no grupo de militares, gerando o comentário chauvinista do oficial da PM.
No vídeo gravado após a formalização da denúncia, a tenente-coronel disse que não está falando pela sua corporação ou atacando a Polícia Militar, “uma corporação linda”, mas alega ter sido diretamente ofendida.
A militar ainda fez uma fala empoderada quanto às suas fotos, afirmando que são um incentivo para as pessoas serem livres, serem quem quiser, viverem a vida como tiverem vontade. “Posto fotos de biquíni para falar sobre essa imposição da sociedade que uma mulher não pode postar”. E continua afirmando que os homens militares não recebem o mesmo tratamento. “Nunca foi motivo (postar) para eles serem motivo de roda de conversa e a gente enquanto mulher não pode, porque isso é uma desonra”, avalia.
A tenente-coronel se emociona ao falar que as mensagens chegaram no celular da filha. “Sou mulher, ser humano e mãe e isso que acham que é brincadeirinha, que é coisa de homem, não é mais aceitável”.
A tenente-coronel informou que já ingressou com toda documentação na Corregedoria para exigir a identificação do major a sua punição. “Ele não teve o menor constrangimento, mesmo eu sendo superior hierárquico dele”. A oficial disse em entrevista ao Alagoas 24 horas que recebeu uma ligação do comandante da PMAL, coronel Sampaio, que ofereceu apoio e afirmou que o caso será investigado com rigor.
Assédio, abuso, importunação sexual
