Estimulado pelo crescimento de sua popularidade apontado em pesquisas recentes, o presidente Jair Bolsonaro disse a aliados que já avalia participar das eleições municipais deste ano.
A ideia em curso é atuar em algumas capitais apenas no segundo turno das eleições. São Paulo foi um caso, por exemplo, que o presidente citou expressamente como um local em que pretende se posicionar em um eventual segundo turno. Para tanto, porém, é preciso uma conjunção de fatores: um candidato alinhado ao governo federal disputando contra um candidato da esquerda ou do governador de São Paulo, João Doria.
O atual prefeito de São Paulo, Bruno Covas, é candidato à reeleição com apoio do governador e aparece bem posicionado nas pesquisas. O ex-governador Márcio França desponta até agora como candidato do presidente em São Paulo. Ele se encontrou com Bolsonaro em recente visita do presidente a São Vicente, no litoral paulista e reduto eleitoral de França.
No entorno do presidente, há a leitura de que Doria é competitivo para a eleição presidencial de 2022 e se fortalece se Covas for reeleito. Em outra frente, há a leitura, abastecida por pesquisas de aliados, de que Bolsonaro tem força na capital paulista para influenciar na disputa. Seu nome aparece com aprovação não no mesmo nível que as pesquisas nacionais têm dado de aprovação a ele, ao redor de 35%, mas com índices suficientes para ajudar uma candidatura. Algo, relatam fontes, entre 25% e 30%.
Nesse sentido, o tamanho do governo federal já tem sido levantado por aliados por aliados do presidente. Segundo eles, neste ano foram destinados R$ 12 bilhões de recursos da União para a capital paulista, ao passo que o governo estadual teria destinado R$ 7 bilhões. E o auxílio emergencial, apontado como principal fator da aprovação do presidente, é recebido por 3,4 milhões de pessoas na capital paulista, que por sua vez tem 8,9 milhões de eleitores.
Até então, a avaliação no Palácio do Planalto era a de que Bolsonaro não participaria das eleições porque se o candidato apoiado pro ele ganhasse, sua performance no cargo poderia ser debitada do presidente; se perdesse, a derrota já cairia no seu colo. Mas as pesquisas recentes mudaram um pouco essa percepção, ainda mais em alguns locais considerados chave para o projeto reeleitoral do presidente, como São Paulo.