Idoso se veste de Chaves no aniversário de 92 anos e viraliza nas redes: ‘Sou famoso’

O amor pelo Chaves, o seriado mexicano que mais fez sucesso no Brasil, não tem idade. O cearense Francisco dos Santos, conhecido como seu Chiquinho, sempre viu no divertido personagem e em suas histórias uma alegria em seu tempo livre. Nas paredes do quarto, ele mantém adesivos; nas prateleiras, há bonecos de cada um dos integrantes do elenco de Chavito; e, no armário, muitas camisetas com o rosto do papel interpretado pelo ator Roberto Gómez Bolaños. Mas o morador de Irajá, no Subúrbio do Rio, pai de duas filhas, avô de cinco netos e bisavó de uma neta, nunca imaginou que viralizaria por um momento especial: aos 92 anos, se vestiu de Chaves e ganhou um aniversário temático do seu personagem preferido.

O bolo e a decoração foram inspiradas no seriado. As imagens de Seu Chiquinho com a fantasia foram publicadas por uma das netas, Marcela, no dia neste domingo, dia 30, um dia após a comemoração realizada em família, na casa da filha mais velha dele, Cristina, de 64 anos, em Santa Cruz, na Zona Oeste. A postagem ganhou as redes e já tem mais de 61 mil curtidas no Twitter e quase 6 mil comentários. A repercussão pegou a família de surpresa.

— Eu fiquei muito assustada. Não dormi. Foi algo tão despretensioso. A gente só queria compartilhar a nossa alegria com ele. Essa festa era para ter sido feita nos 90 anos, mas ele quis apenas um almoço de família. Nesse momento de pandemia, resolvemos fazer no tema Chaves para animá-lo mais. Minha filha, a Marcela, publicou, e depois nossos familiares e amigos foram falando da repercussão. Queríamos apenas dar uma alegria para ele — conta Letícia dos Santos Manhães, de 57 anos, filha mais nova do idoso.

Seu Chiquinho, que não é uma pessoa ligada em tecnologia, até brincou quando a filha contou o que estava acontecendo. Aliás, o ator Edgar Vivar, que interpretou o “Seu Barriga”, compartilhou as imagens e a história sobre o aniversário do Chavito brasileiro. Ao saber dessa curtida, o idoso brincou.

— Quando contei para ele, ele me disse: “Sou famoso. Mas eu ganho alguma coisa com isso?”. Ele é muito engraçado e divertido. Até brincou que “ainda bem que sua irmã não cortou o meu cabelo”. A gente brincou que ele era o Chavito, porque era parecido com o Chaves. Como o cabelo grande grande, ficou perfeito com a fantasia. Foi algo bacana, e, nesse momento que vivemos, é bom compartilhar coisas boas. Só lemos comentários fofos e de carinho — afirma a filha.

Vida longa

Ex-carpinteiro e marceneiro, o cearense foi casado por 56 anos com Lourdes, que faleceu em 2011. Sempre assistia ao seriado com a mulher, principalmente depois que se aposentou e passou a ter mais tempo em casa. O El Chavo del Ocho, como era chamado no país da América Central, foi criado em junho de 1971 e teve seu episódio final em janeiro de 1980. No Brasil, foi passado pela primeira vez em 1989, no SBT, mas deixou de ser exibido no dia 8 de agosto deste ano. Esse foi exatamente o período que o idoso acompanhou a história.

— Ele sempre viu muito o Chaves. Quando a minha mãe era viva, ele gostava de ver com ela. Quando se aposentou, o seriado preenchia o teu tempo. Com os anos, começamos a associar ele ao personagem e chamávamos ele de “Chavito”. Ele tem muita coisa do Chaves em casa, adesivo na parede, várias miniaturas de todos os personagens na estante e sempre ganhou camiseta do Chaves. É muito fã — diz Letícia.

Mesmo sem o grande amor de sua vida, Seu Chiquinho é um idoso cheio de vida e que mantém os planos de uma vida longa, com viagens e para curtir da melhor forma com a família. Mesmo aposentado e com 92 anos, até já falou em abrir uma sociedade com a filha Letícia, que mora com ele desde a morte da mãe.

— A expectativa de vida dele é grande. Ele sempre planeja o que vai fazer, faz planos para o futuro, guarda dinheiro para viagens e para projetos. Já me propôs até fazer uma sociedade. Agora, recentemente, falei que precisava de umas férias, e ele disse: “Vamos fazer uma viagem só nós dois”. Meu pai é uma inspiração, é um homem carinhoso, que sempre nos deu amor. Nunca vi uma briga dele com a minha mãe. Só sentimos o carinho que ele distribui para família e os amigos — diz.

Por conta da pandemia do coronavírus, Seu Chiquinho não pode sair de casa e precisa se cuidar, justamente por ser do grupo de risco. O cearense, que adora ir diariamente na banca de jornais comprar o seu jornal e ir ao supermercado, além de encontrar os amigos na pracinha, não pode contar com muita gente na sua festa para evitar aglomeração.

— Apenas as filhas, parte dos netos e a bisneta foram. Ele não pode ter os amigos da praça por cauda da pandemia. Mas foi significativo ainda mais nesse momento, para darmos mais valor as coisas. Ele está mais teimoso, não entende porque não pode sair de casa, mas ver a alegria dele não teve preço — afirma a filha orgulhosa.

 

Fonte: Extra

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