Em 2007, a Amazon lançou a primeira versão do Kindle, uma plataforma digital de leitura que revolucionou a forma como o público consome literatura. Essas mudanças foram sentidas ao longo dos últimos anos, com uma relativa troca do livro físico para o objeto em seu formato digital.
Muitos analistas afirmam que o Kindle é responsável pela queda na venda de livros físicos no Brasil em um passado recente. A Pesquisa Produção e Venda do Setor Editorial Brasileiro, mostrou um recuo do mercado editorial em 2018, com queda nominal de 0,9%, o que significa um decréscimo real de 4,5% (considerando a inflação do período).
O levantamento, feito pela Fipe por encomenda da Câmara Brasileira do Livro e do Sindicato Nacional de Editores de Livros, divide o desempenho das editoras entre ‘mercado’ (venda em livrarias, distribuidores, escolas, igrejas, bancas, etc.) e ‘governo’ (programas de compras para estudantes e bibliotecas escolares).
A pesquisa mostrou que as livrarias físicas estão perdendo espaço para outros canais em franco crescimento. Em faturamento, destaque para distribuidores (27,29%), marketplaces (26%), livrarias exclusivamente virtuais (25,2%), igrejas (6,9%) e escolas (3,1%).
Esses dados mostram uma transformação no modo de consumo do livro, que em parte é afetado pelo crescimento de kindle. A plataforma está mais popular e com mais variedade entre o seus fabricantes. Algumas livrarias, como a Saraiva, já produzem o próprio leitor digital.
Uma das principais críticas contra o Kindle no passado questionavam sua iluminação e qualidade do visor. Há alguns anos, no entanto, o kindle vem acoplado com iluminação interna que permite a leitura em ambientes escuros, com leds dispostos em posições estratégicas na tela.
Outro fator decisivo para o crescimento nas vendas do Kindle é a mobilidade, já que você pode carregar centenas e milhares de livros em um dispositivo que pesa menos de 200 gramas. Isso faz com que a preocupação com o tamanho do livre se torne inexistente.
Além disso, os livros digitais são mais baratos do que livros físicos. Isso porque, não há custo de impressão e gráfica, algo que tornam a obra física muito mais custosa para editoras.
Mas existetem argumentos para quem defende o livro físico. A começar pelo apego que o papel ainda exerce em muitos leitores. Sentir o cheito da folha, virar a página ou admirar um desenho gráfico bem feito são sensações que o Kindle ainda não proporciona.
Outra desvantagem, ao menos no Brasil, é a quase impossibilidade de “empréstimo” dos livros adquiridos eletronicamente, procedimento normal nos livros físicos. Os livros são de uso exclusivo do comprador.
Diante desses argumentos, o questionamento segue: quem leva a melhor, livro físico ou kindle? Há espaço para os dois, e o consumidor pode decidir tranquilamente.