Deputado critica cobertura da imprensa sobre morte em supermercado, mas não cita racismo em Maceió

Antônio Albuquerque (PTB)

O deputado estadual Antonio Albuquerque (PTB) criticou, em sessão da ALE realizada nesta terça-feira, 24, a cobertura dada pela imprensa ao caso de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, brutalmente assassinado por seguranças de um supermercado, na cidade de Porto Alegre (RS), no dia 19 deste mês.

O parlamentar disse que é contra a qualquer tipo de discriminação e desrespeito, mas criticou a forma como a imprensa nacional vem tratando o caso, de maneira – segundo ele – partidária. “Estou muito preocupado enquanto cidadão, pai de família e homem público com o que vejo ser praticado pelos meios de comunicação, por segmentos da política esquerdista deste País”, disse. “Estão querendo fazer aflorar um sentimento de separação entre as cores das peles dos seres humanos neste País, com atitude e sentimentos inescrupulosos”, declarou Antonio Albuquerque, acrescentando ser necessário que as autoridades constituídas, a partir dos legisladores, busquem, com independência, zelar pelas prerrogativas de seus mandatos. “Não podemos permitir que nos imponham a pecha de um País onde há discriminação”, disse o parlamentar.

Todavia, o deputado não citou o caso de racismo, ocorrido em Maceió no último sábado (21), quando um jovem negro de 19 anos que foi vítima de tortura em um supermercado, localizado no bairro do Tabuleiro do Martins, na parte alta da capital. Este jovem, cuja identidade está sendo preservada, denunciou ter sido vítima de um homem que se apresentou como policial, na segurança do estabelecimento.

Ele contou que foi levado para uma sala e acusado de ter roubado um celular. Foi, inclusive agredido para confessar o roubo e para tal, teve até um saco plástico colocado em sua cabeça. Tudo isso para confessar um delito não cometido. O caso foi registrado na Polícia Civil e denunciado pelo seu advogado ao Ministério Público Estadual.

A Comissão de Promoção de Igualdade Social da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL), também disse que irá acompanhar o caso de perto e classificou o caso como racismo. Confira a nota:

“O caso lamentável ocorreu após o Dia da Consciência Negra e dois dias após a morte de um homem, também negro, espancado por seguranças em um supermercado em Porto Alegre. A OAB-AL salienta a urgência de medidas concretas e afirmativas na luta antirrascista, que afeta vidas negras em nosso estado, no país e no mundo.

A Comissão de Promoção da Igualdade Social aguarda maiores informações sobre o caso e está de prontidão para tomar medidas cabíveis diante do preocupante caso de violência”

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