Uma brincadeira de criança com o celular da mãe em um aplicativo de entrega de comidas terminou com susto e muitas risadas em uma família, no Recife. Luiz Antônio, o Tom, de 3 anos, aproveitou o momento em que a mãe tomava banho e fez uma compra de R$ 400 no McDonald’s, que rendeu uma “festa” regada a hambúrguer, batata frita e milk shake para tios, primos e funcionários do prédio.
O roteiro dessa história começou por volta das 17h30 de segunda-feira (23), quando a mãe de Tom, a publicitária Raíssa Wanderley Andrade, de 32 anos, chegou do médico e entrou em casa direto para o banheiro.
Em tratamento, ela correu para fazer os procedimentos de limpeza de quem está se resguardando na pandemia. Antes disso, deixou o telefone com o filho, que entrou no aplicativo da lanchonete, sem ninguém saber.
Nesta terça (24), Raíssa contou ao G1 que a primeira parte da história é marcada pelo susto. “Telefonaram do prédio e disseram que tinha uma entrega. Achei, primeiro, que tinham deixado alguma coisa para mim. Até perguntei para a minha mãe, que estava com a gente, se ela sabia de alguma coisa e ela disse que não. Depois, até pensei que poderia ter sido Tom”, disse a publicitária.
Em seguida, Raíssa se deparou com a entrega de dez sacolas da rede internacional de fast food e duas notas fiscais: Uma de R$ 270 e outra de cerca de R$ 130. Os pedidos estavam no nome dela e tinham sido feitos com um minuto de diferença.
Ao abrir as embalagens, o susto se transformou em risadas. Muitas gargalhadas. “Eram seis caixas de promoções de lanches e dez milk shakes de Ovomaltine. Eu só conseguia rir. Passei mais de duas horas rindo dessa história”, disse.
Mesmo diante da constatação de que Tom tinha feito as compras, Raíssa disse que ainda ficou na dúvida e resolveu perguntar ao menino. E o garotinho, prontamente, confirmou ser o responsável pela “farra” , regada a hambúrguer, batata frita e outras guloseimas. “Fui eu. Foi Tom”, lembrou a mãe, que admitiu não ter tido força para brigar com a criança.
“Eu ainda tentei, mas não tem como brigar depois de uma história dessas, né?”, comentou.
Com tanta comida em casa, a questão era ter a certeza de que não haveria desperdício. Na casa, moram Raíssa, Tom e o pai, o publicitário André Luiz Nunes, e a outra filha, uma bebê. Para dar conta de tudo aquilo, a publicitária convocou parte da família que mora no mesmo prédio e funcionários.
“Teve lanche para as netas de uma funcionária da família, para o pessoal do prédio, que achou a história incrível, e para mim também. Comi e dei muita risada”, contou.
Em meio a essa festa toda, Raíssa lembrou que houve alguns problemas. Rindo mais uma vez da situação, ela disse que ficaram faltando algumas tortas de maçã e um brinquedo específico, de que Tom sentiu falta logo de cara.
“Chegaram vários brinquedos em oito caixinhas, que são os brindes do Mc Lanche Feliz. Mas não veio um Minion dourado. E Tom perguntou logo por ele. Depois, soube que esse Minion só é entregue no balcão da lanchonete”, comentou.
Para Raíssa, a “farra” bancada por Tom com seu cartão de crédito trouxe lembranças das travessuras do filho. Segundo ela, com 1 ano de idade, o menino mexeu no celular e pediu um táxi, por um aplicativo. O motorista foi avisado que era um engano.
“Depois, ele bateu no teclado e refez um pedido de açaí. Mas nessas duas ocasiões, acredito que foi mais por acidente. Ao contrário dessa história do McDonald’s, em que ele sabia que estava fazendo. Tom não toma refrigerantes nem come hambúrguer. Mas sabe que, na pandemia, a gente tem pedido muita comida em casa e ele associa batata frita ao símbolo da lanchonete”, comentou.
A mãe do garotinho disse, ainda, que o resultado da compra de R$ 400 em uma lanchonete vai deixar marcas. A primeira é que ela tirou o cartão de crédito do cadastro de aplicativo.
A segunda é ainda mais importante para toda a família. Em tratamento médico, Raíssa diz que tem vivenciado momentos difíceis e que a “festa” dos lanches levou muita alegria a todos, depois, é claro de todo o susto.
“Foi o dinheiro mais bem gasto de todos. Foi uma verdadeira terapia”, disse a publicitária, lembrando que, quando fez o pedido, o menino estava com uma camiseta que tem um grande significado. “Lute como minha mãe”.