O ‘anti-Guardiola’: quem é o técnico que gasta ‘pouco’, tem só um título e é o mais longevo da Premier League

Oli Scarff / Getty Images

Freguês histórico do Manchester City, a ponto de ter apenas uma vitória desde 1975, o Burnley vai ao Etihad Stadium neste sábado (28) para tentar se beneficiar do começo ruim do eterno algoz na Premier League. Na beira do campo, quem fará um duelo com Pep Guardiola é um treinador que tem fama bem menor que o catalão, mas que vive dentro do mundo do futebol há pouco mais de 30 anos e possui muita história, ainda que menos título e dinheiro.

Sean Dyche é o treinador há mais tempo no cargo entre clubes da Premier League. Ainda longe de igualar os longevos Alex Ferguson (27 anos) e Arsene Wenger (22 anos), o inglês dirige o Burnley desde outubro de 2012. Em pouco mais de uma década, transformou a agremiação em presença constante na elite inglesa, mesmo que o orçamento à disposição para qualificar o elenco seja um dos menores do país.

Em dez anos no cargo, Dyche gastou dinheiro efetivo em 37 jogadores (se levados em conta os retornos de empréstimo e promovidos da base, o número chega a 197 atletas, segundo o Transfermarkt). Isso significa 157,37 milhões de euros despejados em reforços no total, uma média de 4,25 milhões de euros a cada nova aquisição.

Os números são incomparáveis perto do que já gastou Guardiola. Desde 2008 no futebol de elite, quando assumiu o Barcelona, o catalão contratou 66 jogadores para o primeiro clube e mais Bayern de Munique e Manchester City. Ao todo, torrou 1,47 bilhão de euros por eles, média de 22,3 milhões por cada um. Ou seja, Dyche pôde gastar 10,6% do total do oponente desde sábado.

A contratação mais cara de Sean Dyche foi o zagueiro Ben Gibson, ex-Middlesbrough, por 16,9 milhões de euros, em 2018. Essa transferência não entraria nem nas 30 maiores já realizadas pelos times de Guardiola, cujo maior valor desembolsado em um só jogador foi 69,5 milhões de euros pelo atacante Zlatan Ibrahimovic, em 2009.

Mesmo com orçamento limitado, Dyche tem muito do que se orgulhar pelo trabalho no Burnley, clube que levou à Premier League logo em sua segunda temporada como técnico. Foi rebaixado à Championship em 2014-15, mas retornou à elite em grande estilo um ano depois, com o título da segunda divisão (seu único como treinador, por sinal). Desde então, nunca mais saiu e chegou até a brigar por vaga na Europa League em 2017-18, com o sétimo lugar.

Se como técnico Sean Dyche parece estabelecido no Campeonato Inglês, ele não pode dizer o mesmo dos tempos de jogador. O inglês era zagueiro e começou a carreira no Nottingham Forest, de onde saiu em 1990 para o Chesterfield.

Permaneceu no clube por sete anos, onde superou a barreira de 250 atuações e chegou a marcar um gol na semifinal da Copa da Inglaterra, contra o Middlesbrough, em 1997. Só que o tento não foi suficiente para avançar à decisão contra o Chelsea, que seria campeão sobre o Boro.

Dyche ainda vestiu as camisas de Bristol City (1997-99), Luton Town (1999), Millwall (1999-2002), Watford (2002-05) e Norhampton Town (2005-07). Em toda a carreira com chuteiras, o mais perto que o zagueiro chegou da Premier League foi perder o jogo do acesso para o Birmingham em 2002, pelo Millwall.

Como técnico é diferente. Sean Dyche soma 198 jogos pela liga mais importante do mundo, o que o deixa acima de colegas como Jürgen Klopp (191), Guardiola (160) e Carlo Ancelotti (105), ainda que longe dos atuais recordistas Roy Hodgson (335) e José Mourinho (340). Tem contrato até junho de 2022 e, caso nada anormal ocorra, existe até a chance de uma extensão.

O começo do Burnley na temporada 2020-21 não é nada bom. Fez cinco pontos em oito rodadas e está logo acima da zona de rebaixamento, ainda que tenha um jogo a menos que os seis clubes que o rodeiam. Mesmo assim, a equipe vai com ânimo a Manchester para desafiar um City bastante irregular. Se vencer, o que não acontece desde março de 2015, Sean Dyche poderá colocar mais uma estrelinha em seu currículo.

Fonte: ESPN

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