Governo de SP anuncia recuo e coloca todo o estado na fase amarela do plano de flexibilização

Seis regiões que estavam na fase verde retornam à amarela a partir desta segunda.

João Doria em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (30) — Foto: Reprodução/TV Globo

O governo de São Paulo colocou todo o estado na fase amarela do plano de flexibilização econômica. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa no início da tarde desta segunda-feira (30).

A fase amarela no plano de flexibilização é mais restritiva do que a verde em que parte do estado estava até esta segunda e limita mais os horários de funcionamento do comércio e serviços, por exemplo. Seis regiões, entre elas a capital paulista regridem da fase verde para a amarela, já a partir desta segunda.

As demais 11 regiões, que já estavam na fase amarela, não avançam e seguem no mesmo estágio. Apesar disso, duas regiões do estado têm indicadores suficientes, como o aumento da taxa de internações, para migrar para a fase laranja, ainda mais restritiva.

“Com o claro aumento da instabilidade da pandemia, o governo do estado de São Paulo e o centro de contingência da covid-19, decidiram que 100% do estado de São Paulo vai retornar para a fase amarela do Plano São Paulo. Essa medida, quero deixar claro, não fecha comércio, nem bares, nem restaurantes. A fase amarela não fecha atividades econômicas, mas é mais restritiva nas medidas para evitar aglomerações e o aumento do contágio da Covid-19”, disse o governador João Doria (PSDB).

A atualização da reclassificação foi divulgada menos de 24 horas após as eleições municipais e só foi permitida por conta de novas alterações feitas nas regras do plano.

O que muda no retrocesso da fase verde para amarela

  • Eventos com público em pé passam a ser proibidos;
  • Ocupação máxima de Shopping centers, galerias, comércio e serviços passa de 60% para 40% da capacidade e o horário de funcionamento passa a ser reduzido de 12 para 10 horas por dia;
  • Ocupação máxima de restaurantes ou bares para consumo local passa de 60% para 40% e o horário de funcionamento será restrito a 10 horas por dia e até as 22 horas.
  • Ocupação máxima de salões e barbearias passa de 60% para 40% da capacidade e o horário de funcionamento passa a ser reduzido de 12 para 10 horas por dia;
  • Eventos, convenções e atividades terão sua capacidade máxima limitada de 60% para 40%, o controle de acesso é obrigatório, assim como hora e assentos marcados.
  • Academias de esporte de todas as modalidades e centros de ginástica terão capacidade de ocupação máxima limitada de 60% para 40% do local e o horário reduzido de 12 para 10 horas;

De acordo com o Plano São Paulo, cinemas, teatros e museus podem permanecer abertos na fase amarela. No entanto, as prefeituras têm autonomia para decidir o que e quando deve reabrir. Na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) determinou que a abertura dos setores da cultura só ocorreria quando a cidade estivesse na fase verde.

Na fase amarela é permitida a abertura de instituições de ensino públicas e privadas do estado. Portanto, as escolas permanecerão em funcionamento.

“Essa mudança para a fase amarela não altera a programação de volta as aulas e as escolas não serão fechadas”, disse Doria.

O governador também anunciou que o tempo de análise de dados deixará de ser a cada 28 dias e passará a ser a cada 7 dias. No entanto, a próxima reclassificação ordinária está agendada para o dia 4 de janeiro.

“O centro de contingência decidiu também diminuir o tempo de análise de dados de 28 em 28 dias, para 7 em 7 dias, como já fez anteriormente. É uma medida de prudência que estamos tomando para retomar o controle da pandemia”, disse Doria.

Aumento nas taxas de internação

O governador João Doria (PSDB) anunciou também que fará uma reunião na terça-feira (1) com 62 prefeitos de cidades que apresentaram elevação nas taxas de internação e ocupação de leitos no estado de São Paulo.

“Amanhã, às 16 horas, o governo de São Paulo fará uma reunião virtual com 62 prefeitos de 62 cidades do estado de São Paulo que apresentaram elevação nas taxas de internação e ocupação de leitos aqui no estado de São Paulo com objetivo de melhorar o controle da pandemia neste municípios e oferecer a eles se necessário apoio para que possam proceder com as orientações do governo do estado de São Paulo”, disse Doria.

De acordo com os dados do governo, a cidade de São Paulo e municípios da Grande São Paulo têm atualmente índices compatíveis com medidas ainda mais restritivas, compatíveis com a fase laranja do plano, graças à piora da doença na capital, nos municípios do Grande ABC, que compõe a sub-região Grande SP Leste, e na sub-região Grande SP Norte.

Os dados foram calculados pela produção da TV Globo a partir das regras oficiais do Plano SP, depois que o governo estadual anunciou que a reclassificação seria congelada até dia 30 de novembro, após o segundo turno das eleições, na segunda-feira (18). Os resultados da análise desta reportagem não correspondem à classificação oficial do plano porque esta é definida pelo governo estadual em datas específicas.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, decidiu endurecer as regras para setores de comércio e serviços a partir desta segunda-feira (30). A cidade registra quase 70% de ocupação de leitos de UTI para a Covid-19 e as mudanças foram tomadas pela gestão municipal para conter avanço da doença.

Regridem para a fase amarela:

  • Grande SP inteira, incluindo capital
  • Taubaté
  • Campinas
  • Piracicaba
  • Sorocaba
  • Baixada Santista

Permanecem na fase amarela:

  • Araraquara
  • Araçatuba
  • Bauru
  • Franca
  • Marília
  • São João da Boa Vista
  • São José do Rio Preto
  • Presidente Prudente
  • Ribeirão Preto
  • Registro
  • Barretos

Histórico
Na semana passada, o governo admitiu que o comitê de saúde tinha recomendado um aumento nas restrições de circulação no estado para combater o avanço do coronavírus. Apesar do alerta, a decisão foi postergada para ser feita somente após o segundo turno das eleições municipais.

O Centro de Contingência contra Covid-19 é um grupo composto por 20 profissionais da área da saúde, entre eles João Gabbardo, secretário-executivo do comitê.

As internações por Covid-19 apresentaram alta pela segunda semana seguida, segundo dados divulgados na última segunda-feira (23). Houve um aumento de 17% nas internações entre os dias 15 e 21 de novembro, após aumento de 18% na semana anterior, de 8 a 14 de novembro.

Os dados mostraram, portanto, que esse número aumento mesmo na comparação com um período anterior que já havia apresentado índices em elevação.

Apesar disso, o governo apresentou nesta quinta dados incompletos, comparando apenas quatro dias da semana atual com os sete dias da última semana epidemiológica.

Plano SP

A reclassificação das regiões do estado de São Paulo no plano de reabertura da economia durante a pandemia do coronavírus estava prevista para acontecer no dia 16 de novembro, mas foi adiada para esta segunda-feira (30).

À época, a gestão estadual justificou a mudança no apagão de dados que gerou instabilidade do sistema Sivep-Gripe do Ministério da Saúde no dia 5 de novembro.

Na ocasião, o governo do estado de São Paulo chegou a ficar cinco dias sem atualizar os dados da Covid-19.

O Plano São Paulo regulamenta a quarentena em todo o estado, classifica as regiões do estado em cores, determinando quais locais podem avançar nas medidas de reabertura da economia. Os critérios que baseiam a classificação das regiões, são:

  • Ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs);
  • Total de leitos por 100 mil habitantes;
  • Variação de novas internações, em comparação com a semana anterior;
  • Variação de novos casos confirmados, em comparação com a semana anterior;
  • Variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.
  • Na fase verde também é considerado óbitos e casos para cada 100 mil habitantes.
  • Regiões que atingirem as fases 3 (Amarela) ou 4 (Verde) permanecerão nessas fases desde que tenham indicadores semanais inferiores a 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e 5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Fonte: G1

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