O resultado no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) alcançado pelas escolas da Secretaria Municipal de Educação (Semed) guardam histórias de verdadeira transformação. Uma dessas unidades é a Escola Nosso Lar, localizada no bairro do Vergel do Lago, que saiu da nota 3,3 para a nota 5 na avaliação do Ideb. O avanço resultou de uma série de ações, como mudanças pedagógicas e realização de atividades no contraturno, e uma importante participação da comunidade, que passou a acompanhar de perto as atividades desenvolvidas na escola.
Desde 2018, quando começou a gestão da diretora Gilda Verbênia Rodrigues da Silva, a escola se voltou para a comunidade do entorno, formada por famílias carentes e com baixa adesão à frequência escolar. Um diagnóstico feito junto a essa comunidade, identificou um elevado índice de evasão escolar. Algumas salas de aula chegavam a funcionar com apenas cinco alunos.
A partir de um estudo da gestão, passaram a ser feitos investimentos na formação intensiva dos professores com o apoio dos técnicos da Semed, além da chegada do programa Educa Maceió, onde os alunos fazem atividades no contraturno como reforço de língua portuguesa e matemática, atividades culturais e esportivas.
Gilda explica que não foi só o Ideb que cresceu na escola, mas muitos outros aspectos como o entorno da escola e a qualidade da aprendizagem dos alunos. “Todo esse esforço veio contribuir pedagogicamente para o crescimento não só da nota do Ideb, mas refletiu em todas as situações que circundam a nossa escola, desde a diminuição do índice de criminalidade na região, até o aumento de leitores proficientes”, diz a diretora.
Além disso, a unidade promoveu uma importante interação com a comunidade, que passou a se sentir pertencente à escola e a vê-la como um importante agente de bem-estar social. “Foi importante estreitar nossos laços com a comunidade, tornando a escola um espaço de pertencimento dessa comunidade para que ela se sinta proprietária desse espaço e tenha responsabilidade não só com seus filhos, mas até com o próprio prédio. Nós levamos a escola para a comunidade com ações de leitura e cultura, e assim eles poderem vislumbrar o pouco do que a própria escola pode oferecer, dando credibilidade e respeito à nossa escola”, completa a diretora.
Pais e mães reconhecem esse pertencimento e também vêem a escola como uma aliada. Uma delas é Cláudia, mãe das gêmeas Raquel e Ruthe, de 12 anos, que estudam na escola Nosso Lar. Ela conta que possui uma relação contínua com a escola e destaca que seu ensino se diferencia pela qualidade e atividades fora do turno. “Quando a escola percebe a dúvida do aluno, eles focam e resolvem essa dificuldade. Mesmo assim, a educação é bastante exigente e isso é bom. Além disso, as atividades esportivas oferecidas, para mim que sou mãe, são importantes porque posso trabalhar tranquila sabendo que estão na escola”, explica a mãe.
Ensino em tempo integral
A Escola Nossa Lar também teve a conquista e a responsabilidade de se tornar a primeira escola a ter um ensino em tempo integral na rede municipal. A escola foi escolhida pelo seu referencial de ensino, acolhimento, proteção e promoção humana. A expectativa é grande em todos os sentidos, e a formação dos professores está a todo vapor para iniciar com a volta às aulas após a pandemia.
Desde o início de agosto, o processo de formação com os professores foi levado para junto da comunidade, o que significa que a escola não é só tempo integral, mas uma escola de educação integral e integrada, onde não serão apenas fomentados os conteúdos básicos, mas também os de cultura, cuidados, lazer, e tudo que proporciona uma espaço de qualidade.
O ensino em tempo integral também irá ajudar as mães da região que, em sua maioria, passam a maior parte do dia fora de casa e também a fazer com que as crianças se sintam motivadas a ir à escola com o incentivo da arte, como explica Ana Carla de Moraes da Silva, professora de dança da escola. “Existem dois fatores positivos no ensino em tempo integral: o de atender as mães que trabalham fora e passam o dia todo fora de casa, e o da arte, que tem o potencial de agregar e sensibilizar. O ensino do esporte, da dança e da música vai fazer com que os alunos se mantenham presentes e realizados na escola”, comenta a servidora.